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BRASIL

Cufa lança instituto de pesquisas cooperativo com foco em favelas

Um novo olhar para as favelas brasileirasImagine um instituto onde as favelas não são apenas objeto de estudo, mas fonte de inspiração e co-criadoras de soluções para problemas sociais. Parece inovador, não é? Este é o propósito do Instituto Central, lanç

13/08/2025

13/08/2025

Um novo olhar para as favelas brasileiras

Imagine um instituto onde as favelas não são apenas objeto de estudo, mas fonte de inspiração e co-criadoras de soluções para problemas sociais. Parece inovador, não é? Este é o propósito do Instituto Central, lançado pela organização não-governamental Central Única das Favelas (Cufa) e a Favela Holding. Na última quarta-feira (13), no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, este projeto promissor deu seus primeiros passos.

Com a presença de figuras de destaque como Preto Zezé, Cléo Santana e Marcus Vinícius Athaíde, e até mesmo Celso Athaide, fundador do Instituto DataFavela, o evento destacou um ponto essencial: mover as pessoas das favelas do papel de objetos de pesquisa para protagonistas de suas próprias histórias.

O que o Instituto Central pretende alcançar com suas pesquisas?

O grande diferencial do instituto está na criação de uma rede de inteligência social capaz de diagnosticar e analisar o cotidiano das favelas no Brasil. Um dos estudos inaugurais, por exemplo, se concentrará em mais de 10 mil pessoas envolvidas com o tráfico de drogas, distribuídas por 24 estados, ao longo de 22 dias. A surpresa aqui é que a pesquisa vai além, abordando temas como família, hábitos, e até sonhos e perspectivas de futuro, ao invés de focar apenas na criminalidade.

Cufa lança instituto de pesquisas cooperativo com foco em favelas
Lançamento do Instituto Central na Cufa, no Rio de Janeiro Lucas Costa/Divulgação

Quem está por trás desse projeto revolucionário?

Puxando a fila está Geraldo Tadeu, um popular pesquisador social que lidera o projeto tecnicamente. Talvez você se lembre dele da pesquisa "A Voz do Morro", em 2007. Ela foi um marco por ser realizada totalmente dentro das favelas do Rio de Janeiro, trazendo à tona histórias não contadas até então e tornando-se uma referência.

Com metodologia única, o Instituto Central visa alcançar uma amostra representativa de 400 participantes por estado. Essa base servirá para revelar dados inéditos e, quem sabe, até informações surpreendentes, como potenciais médicos perdidos para o crime, ao perguntarem sobre suas aspirações educacionais.

Como as favelas podem se transformar em oportunidades?

Para Marcus Vinícius Athaíde, a visão de mercado voltada para as favelas é essencial. Ele explica que o Instituto Central integra o Favela Holding, um conglomerado que atua em diversas áreas, como logística, comunicação e marketing, sempre com atenção especial para as favelas.

Durante as apresentações, os organizadores reiteraram que o objetivo principal é oferecer uma abordagem humanizada, abordando temas como consumo, lazer, religião e até aspirações pessoais, sem, contudo, fazer apologia ao crime.

Por que a escuta ativa é fundamental na pesquisa?

Celso Athaíde destaca a importância de adentrar esses territórios sem preconceitos, pronto para uma escuta ativa. "Infelizmente, a dura realidade de violência vivida por muitas crianças nas favelas faz parte do cotidiano delas. Envolvê-las em diálogos pode ser a chave para fomentar mudanças significativas", observa ele.

A inovação e a coragem do Instituto Central prometem transformar os territórios de favelas em centros de dados valiosos e, mais importantemente, em alavancas para um futuro melhor escrito pelos próprios moradores.



Com informações da Agência Brasil

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