Você já se perguntou quanto da nossa Mata Atlântica ainda está de pé? Nas últimas quatro décadas, este vasto bioma brasileiro perdeu 2,4 milhões de hectares de suas florestas. É uma redução chocante de 8,1% em comparação com o início dessa contagem histórica. Ao mergulharmos nos números, uma história preocupante se revela: ainda hoje, metade do que se desmata atinge florestas que têm mais de 40 anos, velhas guardiãs de nossa biodiversidade.
Com os dados mais recentes do MapBiomas, divulgados em uma segunda-feira que não deve ser esquecida, a condição alarmante deste bioma vem à tona: ele preserva apenas 31% de sua vegetação original. Fica a pergunta: como chegamos a esse ponto, e o que pode ser feito para reverter esse cenário?
O impacto do desmatamento: qual a extensão do problema?
Desde o início da colonização até hoje, e especialmente após a Lei da Mata Atlântica, houve um foco em suprir demandas humanas na região. Segundo Natália Crusco, da equipe do MapBiomas, "em 1985 o bioma já tinha conservado apenas 27% de sua área florestal original". Você consegue imaginar isso? Apesar de um ligeiro aumento em áreas reflorestadas, a extensão verdadeira do problema é que a perda de vegetação continua.
Por que a vegetação nativa é importante?
A vegetação nativa desempenha papéis cruciais, como armazenar carbono e manter os serviços ecossistêmicos. Entre 1985 e 2024, mesmo com políticas de recuperação em vigor, perdemos uma área florestal surpreendente. Nos últimos cinco anos, registrou-se ainda um desmatamento médio de 190 mil hectares por ano, nas nossas valiosas florestas maduras de mais de 40 anos.
O que o avanço agrícola e urbano significa para a Mata Atlântica?
O avanço da agricultura vem pressionando cada vez mais a Mata Atlântica. Com o cultivo agrícola dobrando de área desde 1985, culturas como soja, cana-de-açúcar e café destacam-se como grandes vilãs. Além disso, a silvicultura quintuplicou sua área. Enquanto isso, as pastagens diminuíram significativamente, mas o efeito cumulativo desse avanço pode ser desastroso.
Como as cidades estão se expandindo na Mata Atlântica?
Interessantemente, o crescimento urbano também é um fator preocupante. Desde 1985, a urbanização dobrou na Mata Atlântica. Apesar de 77% dos municípios estarem crescendo em área urbanizada, somente três capitais brasileiras - São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba - possuem áreas urbanizadas superiores a 30 mil hectares. Isso nos faz questionar: até quando teremos para salvaguardar as inúmeras riquezas deste bioma?
Com informações da Agência Brasil