Em uma fatídica quinta-feira, a barragem de Fundão da mineradora Samarco, desmoronou violentamente em Mariana, Minas Gerais, despejando 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração pela cidade. Este foi o marco de uma das maiores tragédias ambientais do Brasil. Com 19 vidas perdidas e mais de 600 pessoas desabrigadas, o desastre eternizou cicatrizes que ainda são visíveis nas comunidades da bacia do Rio Doce, atravessando quilômetros até o mar do Espírito Santo.
Entre os sobreviventes, o distrito de Bento Rodrigues, a apenas 5 km abaixo da estrutura, foi arrasado. Na época, a equipe do programa Caminhos da Reportagem da TV Brasil esteve lá, testemunhando a devastação. Conheceram a família de Marly Felipe, ainda dilacerada pela repentina perda de tudo que conheciam.
Dá muita tristeza ficar lembrando o que eu vi, né, as coisas ruins. Porque a gente só tinha momentos bons lá. A gente vivia livre. Agora a gente tá se sentindo preso, como se tivesse na cadeia. Tem que ter hora para visita, tem que ter hora pra tudo.
Como a vida seguiu para as vítimas?
Nesta semana, a reportagem retornou a Mariana e revistou a família de Marly, que finalmente conseguiu uma nova casa, quase uma década depois. "É boa", disse Francisco, seu marido. No entanto, ficaram as marcas da mudança radical de vida. "Nós fomos criados... a gente da roça, criada de um modo simples. E aqui é moderno, a vida mudou, a vida não é igual era antes."
Quais foram as medidas de reparação?
Após o acidente, uma batalha prolongada começou para reparar os danos às vítimas, às infraestruturas públicas e ao meio ambiente. Com inúmeras idas e vindas, um acordo significativo foi homologado em 2024 pelo Supremo Tribunal Federal, garantindo R$ 170 bilhões para a reparação, com 26 municípios aceitando a proposta.
A justiça foi feita?
De acordo com a Samarco, indenizações no âmbito desse novo acordo já alcançaram R$ 14 bilhões, beneficiando mais de 288 mil pessoas até setembro. Enquanto isso, outros processos ainda decorrem na justiça na Inglaterra, dada a participação acionária da britânica BHP na Samarco. Adicionalmente, 31 municípios e aproximadamente 620 mil pessoas buscam uma quantia vultuosa de R$ 260 bilhões em compensações.
Com informações da Agência Brasil