Em 2025, empresas e instituições brasileiras destinaram um montante impressionante de R$ 6,2 bilhões para ações de impacto social, representando um aumento significativo de 19,4% em comparação ao ano anterior. Esses dados são parte do estudo Benchmarking do Investimento Social Corporativo (BISC) 2025, divulgado pela Comunitas, uma organização dedicada a fortalecer a gestão pública no Brasil.
Segundo Patrícia Loyola, diretora de investimento social da Comunitas, “foi praticamente o maior ano da série histórica, com exceção da pandemia”. Em 2020, houve um patamar semelhante, porém impulsionado pelas ações emergenciais relacionadas à covid-19. Mas o que mais contribuiu para o crescimento dos investimentos sociais em 2025?
Por que os investimentos sociais aumentaram tanto?
A pesquisa aponta que o aumento dos investimentos sociais corporativos foi, em grande medida, impulsionado pelos recursos próprios das empresas. Em 2024, esses chegaram a R$ 4,79 bilhões, representando uma alta de 35%. Já os recursos incentivados somaram R$ 1,42 bilhão. A Comunitas publica esse levantamento anualmente para fornecer uma visão estratégica do investimento social no país e ajudar organizações a planejar suas ações de forma mais eficaz.
Doações para tragédia climática de 2024 no Rio Grande do Sul armazenadas no hangar da Base Aérea de São Paulo. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Quais áreas são priorizadas pelos investidores sociais?
No topo das prioridades dos investidores sociais estão educação e cultura, junto com uma crescente preocupação com a inclusão produtiva. A qualificação profissional emergiu como uma necessidade crítica, algo que a inteligência social das empresas pode ajudar a resolver.
Além disso, emergências climáticas passaram a ser uma preocupação urgente. Ações humanitárias relacionadas às mudanças climáticas são comum, mas há um incentivo para que essas iniciativas também tenham uma abordagem mais estruturante e de longo prazo.
Quais setores têm mais impacto no investimento social?
Segundo Patricia Loyola, a indústria tem um foco mais territorial e multicausal, atendendo a necessidades locais de infraestrutura, saúde, educação e segurança pública, enquanto o setor de serviços concentra-se mais em causas específicas, como a educação.
Nos últimos anos, o investimento total tem se diversificado mais, especialmente devido ao crescimento da atuação industrial. Durante a pandemia, a indústria alcançou o setor de serviços em investimentos, mas atualmente os dois estão equiparados.
Os jovens continuam sendo um grupo prioritário, pois o Brasil enfrenta um "apagão de talentos". Com a digitalização, o "gap" entre países em desenvolvimento e desenvolvidos pode aumentar, tornando vital o investimento em capacitação e sociais para esse público.
Como as empresas estão cooperando para maximizar o impacto?
A 18ª edição do estudo revela tendências de co-investimento, onde empresas trabalham juntas para enfrentar problemas sociais de forma mais eficaz. Há uma tendência crescente de financiar projetos em vez de criar iniciativas próprias, permitindo alianças estratégicas e parcerias que tornam as ações mais impactantes.
O estudo, com dados de 337 unidades de negócios e 22 institutos e fundações, fornece insights valiosos sobre volumes de investimento, fontes de financiamento, setores econômicos e distribuição por temáticas sociais.
Com informações da Agência Brasil