Você sabia que os casos de diabetes cresceram de forma alarmante ao redor do mundo nas últimas décadas? Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (PAHO), mais de 800 milhões de adultos vivem com essa condição atualmente, mais de quatro vezes o número registrado em 1990. No Brasil, a situação também preocupa: a Sociedade Brasileira de Diabetes calcula que aproximadamente 20 milhões de brasileiros estão diagnosticados.
Mas afinal, o que transforma o diabetes em uma doença tão séria? De origem crônica, ela é marcada por um problema na produção ou ação da insulina — o hormônio vital que regula a glicose no sangue, fornecendo energia para nosso corpo funcionar. Quando algo não vai bem, o açúcar no sangue aumenta, levando a um desequilíbrio perigoso. O Ministério da Saúde adverte que, a longo prazo, isso pode comprometer órgãos vitais, incluindo coração e rins, e aumentar seriamente o risco de complicações fatais.
O que realmente causa o diabetes?
Desmistificar a diabetes é crucial. Muita gente acredita erroneamente que consumir açúcar em excesso é a única maneira de desenvolver a doença. Em conversa com Rebeca Vasconcelos, uma médica da Clínica Médica do AmorSaúde, descobrimos que o quadro é bem mais complexo. "O diabetes tipo 2 está muito mais relacionado ao estilo de vida como um todo: alimentação desequilibrada, sedentarismo, genética e outros fatores metabólicos", diz ela.
E quem está fora do peso ideal?
Pessoas acima do peso, claro, têm mais riscos, mas isso não significa que estão fadadas a desenvolver diabetes. "Pessoas magras também podem ter diabetes, especialmente se houver predisposição familiar ou resistência à insulina", esclarece a médica.
É preciso cortar o açúcar quando se tem diabetes?
Para quem pensa que precisa eliminar completamente o açúcar após o diagnóstico, a resposta é mais equilibrada. "Não é necessário eliminar, mas sim equilibrar. O importante é controlar a quantidade e a escolha de alimentos com baixo índice glicêmico", orienta Rebeca.
Existe cura para o diabetes?
Infelizmente, o diabetes não tem cura, mas pode ser controlado. "Com medicação adequada, dieta e atividade física, é possível manter a glicose estável e evitar complicações, mas o cuidado precisa ser contínuo", reforça a especialista.
Herdar a doença é inevitável?
Genética pode aumentar o risco, mas não é uma sentença. "Com bons hábitos, é perfeitamente possível prevenir o diabetes tipo 2 mesmo tendo histórico familiar". Portanto, a prevenção está em suas mãos.
Tipos de diabetes: entenda as diferenças
Diabetes tipo 1: o que saber?
Essa é uma doença autoimune na qual o próprio corpo ataca as células produtoras de insulina no pâncreas. Ela costuma se manifestar na infância ou adolescência, exigindo controle diário com insulina.
Diabetes tipo 2: pode ser prevenido?
Esse tipo, responsável por 90% dos casos, está ligado principalmente a resistência à insulina e fatores de risco como sedentarismo, dieta inadequada e predisposição genética. Ao contrário do tipo 1, pode ser prevenido com mudança de hábitos.
Diabetes gestacional: o que esperar?
Ocorre durante a gravidez por causa da demanda aumentada de insulina, afetando entre 2% e 4% das gestantes. Normalmente some após o parto, mas requer atenção como um potencial indicador de risco futuro para diabetes tipo 2.
Sinais e exames: detecte cedo o diabetes
Ficar atento aos sintomas é essencial. Sede excessiva, urina frequente, fome excessiva, cansaço, perda inexplicável de peso e visão turva podem ser indicativos. Como o tipo 2 pode ser silencioso, exames regulares são a melhor forma de diagnóstico precoce. "Para adultos saudáveis, o ideal é incluir esses exames no check-up pelo menos uma vez por ano", recomenda a médica.
Como prevenir e controlar o diabetes tipo 2?
Manter uma vida saudável é essencial. "A prevenção do diabetes envolve um conjunto de escolhas diárias", frisa Rebeca Vasconcelos. Entre as recomendações:
- Exercitar-se regularmente;
- Garantir boas noites de sono;
- Evitar o tabagismo e limitar o álcool;
- Gerenciar o estresse para controlar a glicose.
Com dedicação e acompanhamento profissional, viver bem é possível mesmo após o diagnóstico. "Hoje, temos tratamentos modernos, medicamentos eficazes e até dispositivos de monitoramento. Controlado corretamente, o diabetes não precisa significar perda de qualidade de vida", assegura.
Por Nayara Campos
Redação EdiCase