Nesta semana, um marco histórico foi alcançado no setor de energia renovável no Brasil: o Ibama liberou a primeira licença prévia para um projeto de energia eólica offshore. Este inovador projeto será executado em alto-mar, próximo ao município de Areia Branca, no Rio Grande do Norte. Previsto para ter uma capacidade instalada de até 24,5 megawatts (MW), o empreendimento simboliza uma nova era para o setor energético nacional.
Mas o que torna a energia eólica offshore tão especial? Em comparação com as turbinas em terra, as turbinas instaladas em alto-mar aproveitam ventos mais fortes e constantes, gerando eletricidade de maneira eficiente e sustentável. Ao falar sobre o projeto, Claudia Barros, diretora de Licenciamento Ambiental do Ibama, destacou que esta iniciativa inaugura a trajetória de licenciamento ambiental federal para testes de eólica offshore no Brasil, além de abrir portas para novos aprendizados no setor.
O que torna o Brasil um jogador promissor na energia eólica offshore?
O Brasil já ocupa a quinta posição no ranking mundial de turbinas instaladas em terra. Contudo, o que talvez não saiba é que o país possui um potencial significativamente maior em energias eólicas offshore, estimado em 1.200 gigawatts (GW). Este potencial foi um dos fatores que inspirou o Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis a lançar este projeto pioneiro no litoral potiguar.
Este projeto, que ficará entre 15 e 20 quilômetros da costa, transmitirá a energia gerada por cabos marinhos até o Terminal Salineiro de Areia Branca, também conhecido como subestação "Porto-Ilha".
Quais são os desafios do licenciamento ambiental?
Eduardo Wagner, coordenador de Licenciamento Ambiental de Geração de Energias Renováveis e Térmicas, ressalta que a licença do Ibama foi resultado de um processo iniciado em 2017, que avaliou cuidadosamente os impactos ambientais, sociais e para a fauna marinha. Dentre os programas propostos no Plano de Gestão Ambiental, destacam-se:
- Monitoramento da fauna;
- Controle de ruídos subaquáticos;
- Programas de comunicação social;
- Qualificação profissional para a mão de obra local.
Por se tratar de uma licença prévia, a Ibama condiciona o avanço do projeto ao cumprimento dessas exigências.
Onde o Brasil se posiciona no cenário mundial?
Para termos uma ideia do impacto global, o Brasil foi um dos destaques na conferência Global Offshore Wind, realizada em Londres. Nessa ocasião, o Ministério de Minas e Energia reforçou o progresso do país na base regulatória para a oferta de áreas voltadas para a eólica offshore, revelando que o país está pronto para apostar nessa tecnologia como parte integrante de sua matriz energética sustentável.
Com informações da Agência Brasil