No cenário movimentado da Rocinha, coração da zona sul do Rio, uma operação conjunta entre o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e outras forças de segurança resultou na demolição de três edifícios. Ocorrida na quinta-feira (26), essa ação se destaca por sua relevância no combate ao crime organizado, tendo em vista que há suspeitas de que o Comando Vermelho do Ceará tenha financiado tais construções. Neste esforço conjunto, o Ministério Público do Ceará e a Polícia Civil do Estado também estiveram envolvidos.
As edificações foram erguidas na parte alta da comunidade, na região da Dionéia, e chamavam a atenção por seu luxo desproporcional ao ambiente — incluindo piscinas e áreas gourmet. Mesmo assim, a segurança estrutural era altamente duvidosa, com risco de desabamento devido ao desmatamento local, em uma área que se estendia por 2 mil metros quadrados. Segundo a prefeitura do Rio, os prédios representaram um investimento de aproximadamente R$ 6 milhões, realizados totalmente à margem da legalidade.
Por que as demolições na Rocinha são tão importantes?
Trata-se de uma batalha não apenas contra a ocupação irregular, mas contra a criminalidade organizada que se infiltra em comunidades locais. As forças de segurança, incluindo o respeitado Bope da Polícia Militar, atuaram para desmantelar este foco que também servia de abrigo para as lideranças do tráfico do Ceará. Em 31 de maio, uma operação já havia visado esses criminosos, resultando em várias prisões, reafirmando, portanto, o comprometimento com a segurança local.
Que riscos as construções ilegais representam?
Além de afrontar diretamente a legislação urbanística, essas construções representam um risco ambiental significativo. Segundo Brenno Carnevale, secretário de Ordem Pública da prefeitura do Rio, há uma clara ameaça ao meio ambiente causada pelo desmatamento imprudente das encostas. Essas construções, sem qualquer licenciamento ou autorização, pressionam áreas geográficas sensíveis e colocam em risco as populações locais.
Com esta ação, as autoridades esperam enviar uma mensagem clara sobre o rigor da aplicação da lei no combate à ocupação ilegal e ao crime organizado. A colaboração entre diferentes força-tarefa, abrangendo os Ministérios Públicos e as polícias cearense e carioca, exemplifica o esforço conjunto necessário para enfrentar desafios dessa magnitude.
Com informações da Agência Brasil