Você já percebeu que cada vez mais as brasileiras estão tendo menos filhos e adiando a maternidade? Isso é apenas um dos aspectos revelados pelo Censo Demográfico de 2022, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou. Se considerarmos a faixa etária de 15 a 49 anos, o que mais estaria por trás dessa mudança tão significativa na vida das mulheres brasileiras?
No ano passado, a média de filhos por mulher em idade reprodutiva no Brasil, conhecida como taxa de fecundidade total, caiu para 1,55. Este número é bem inferior ao da década de 1960, quando cada mulher tinha, em média, 6,28 filhos. A taxa vem caindo desde então, atingindo marcos significativos ao longo das décadas: 5,76 nos anos 70, 4,35 em 1980 e 1,9 em 2010. Como você acha que isso influencia o equilíbrio demográfico?

Por que a taxa está abaixo da reposição populacional?
Desde 2010, o Brasil apresenta uma taxa de fecundidade abaixo da média considerada necessária para manter a população estável, que é de 2,1 filhos por mulher. Como Marla Barroso, pesquisadora do IBGE, aponta, "a fecundidade tem um papel crucial na análise demográfica de uma população". É uma engrenagem que afeta o ritmo como as sociedades envelhecem e até sua estrutura econômica. Arriscaria dizer que esta é uma das razões para o envelhecimento populacional?
Como as diferentes regiões do Brasil se comparam?
No Sudeste, essa queda é bem acentuada. A taxa caiu de 6,34 filhos por mulher em 1960 para apenas 1,41 em 2022. O Sul teve uma redução semelhante. Interessante destacar que no Norte, a troca foi mais lenta; em 2022, a taxa ainda era de 1,89, a mais alta do Brasil. Entre as regiões brasileiras, você consegue imaginar por que algumas demoram mais a acompanhar essa tendência?
Por que as mulheres estão adiando o primeiro filho?
A idade em que as mulheres têm filhos também subiu de forma importante, passando de 26,3 anos em 2000 para 28,1 em 2022. Talvez fatores culturais e sociais estejam pesando mais nesta balança. O que contribui para essa tendência você acha?
Quem são as mulheres que estão ficando sem filhos?
Um fenômeno curioso é o aumento de mulheres que chegam ao fim da idade reprodutiva sem filhos. Chegando a 16,1% em 2022, esse percentual indica tendências ainda mais claras no Sudeste, onde 18% das mulheres nesta faixa etária não tiveram filhos. O que pode estar causando essa escolha?
Como religião e raça influenciam a taxa de fecundidade?
O Censo traz dados curiosos mostrando que mulheres evangélicas têm uma taxa de fecundidade acima da média nacional, enquanto espíritas apresentam a menor. Em relação às etnias, as indígenas ainda mantêm acima da taxa de reposição, com 2,8 filhos por mulher. Você tem ideia do papel que tradições e cultura desempenham nessas dinâmicas?
Qual o impacto da escolaridade na fecundidade?
O nível de escolaridade também desempenha um papel crítico: mulheres sem instrução têm, em média, 2,01 filhos, enquanto aquelas com ensino superior têm apenas 1,19. Izabel Marri, gerente do IBGE, ilustra isso dizendo que um maior nível de educação proporciona melhores escolhas sobre contracepção. Será que investir em educação pode alterar o futuro demográfico do Brasil?
Com informações da Agência Brasil