Você já parou para pensar como as mudanças de população entre estados podem refletir em nossas vidas diárias? Interessantemente, entre 2017 e 2022, os estados do Rio de Janeiro e São Paulo experimentaram um fenômeno que nunca havia ocorrido desde que o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começou a analisar esses dados: um saldo migratório negativo. Isso quer dizer que mais pessoas deixaram esses estados do que aquelas que decidiram se mudar para lá.
Esses dados, divulgados pelo IBGE, destacam uma mudança significativa no cenário migratório brasileiro. Mas o que exatamente isso significa para esses estados e os que os deixam? Acompanhe para entender o que está por trás desses números e as possíveis razões para essa dinâmica inédita.
Por que São Paulo e Rio de Janeiro perderam moradores?
No caso de São Paulo, entre 2017 e 2022, o estado recebeu 736,4 mil novos residentes, mas 826 mil pessoas preferiram mudar-se para outras regiões, resultando em um déficit de 89,6 mil habitantes. As principais áreas que as pessoas deixaram para trás em São Paulo incluíam a Bahia e os estados vizinhos do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Em contrapartida, aqueles que saíram de São Paulo majoritariamente se dirigiram à Bahia, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.
No Rio de Janeiro, a situação foi semelhante, com um saldo negativo de 165,4 mil pessoas. O estado recebeu 167,2 mil imigrantes, enquanto 332,6 mil optaram por partir, com os destinos mais comuns sendo Minas Gerais e São Paulo.
Quais estados estão recebendo mais pessoas?
Contrariando essa tendência, Santa Catarina liderou o ranking de saldo migratório positivo, adicionando 354,3 mil pessoas à sua população entre 2017 e 2022. A região é conhecida por atrair muitos de seus novos residentes da própria população do Sul, como do Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná e até o Pará. Outros estados que apresentaram saldo positivo incluem Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná.
Quais são as implicações dos fluxos migratórios negativos?
Esse fenômeno não é isolado apenas aos estados de Rio e São Paulo. O levantamento do IBGE apontou um saldo migratório negativo em outras 16 unidades da federação, destacando-se Maranhão, Distrito Federal, Pará e Rio Grande do Sul. Essa tendência levanta questões sobre as oportunidades de crescimento e qualidade de vida nesses locais.
Em termos regionais, o Sudeste e Norte do Brasil deram mostra de uma transformação importante. De 2017 a 2022, ambas as regiões tiveram saldos negativos de migração, o que contradiz as tendências positivas registradas entre 2005 e 2010.
Como as regiões estão se ajustando ao novo cenário migratório?
Já o Centro-Oeste e o Sul do país conseguiram manter ou melhorar seus saldos de imigração. No Sul, por exemplo, o saldo positivo de imigrantes aumentou para 361,5 mil, destacando-se como uma região atraente para pessoas de outras partes do país.
Como isso afeta a demografia nacional?
A diversidade regional também é refletida na composição de nascimentos. Em 2022, o Centro-Oeste manteve a maior proporção de residentes nascidos fora da região, com apenas 73,5% da população nascida localmente. O Norte, Sudeste, e Sul vêm em seguida, enquanto o Nordeste mostra maior estabilidade local, com 96,7% da população nascida ali.
Compreender estes movimentos populacionais é crucial, pois eles podem influenciar políticas públicas e estratégias de desenvolvimento regional, além de impactar diretamente na economia local e na vida das pessoas. Para mais insights e detalhes sobre as estatísticas, consulte o Censo do IBGE.
Com informações da Agência Brasil