Imagine-se viajando milhões de anos no passado, em um cenário tão surpreendente quanto um enredo de filme de aventura. Na gelada e inóspita Península Antártica, pesquisadores brasileiros fizeram uma descoberta impressionante: o fóssil de uma nova espécie de peixe pré-histórico. Essa fascinante revelação vem dos laboratórios da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), prometendo lançar luz sobre como a vida submarina se comportava entre 145 e 66 milhões de anos atrás, durante o período Cretáceo.
Mas, por que essa descoberta é tão importante? A resposta está na riqueza de informações que esses fósseis trazem. Eles são peças vitais no quebra-cabeça da Terra, revelando um passado onde a interação entre clima e vida era diferente da atual. E talvez, nos forneçam pistas sobre como a fauna atual pode responder aos desafios do aquecimento global.
Como ocorreu a descoberta do fóssil de peixe pré-histórico?
Entre os anos de 2018 e 2019, uma expedição do projeto Paleoantar partiu em busca de pistas valiosas no continente gelado. Foi durante essa aventura que eles se depararam com um fóssil em perfeita condição, abrigado por milhões de anos em uma concreção calcária na Antártica. A explicação detalhada desse processo é oferecida por Valéria Gallo, bióloga e professora na Uerj, que liderou o projeto de estudo do fóssil assim que ele foi trazido para o Brasil.
O que torna este fóssil tão especial?
Em termos paleontológicos, a conservação do fóssil é excepcional. "O peixe vinha dentro do que a gente denomina concreção calcária", explica Valéria Gallo. Esta estrutura de rocha sedimentar não só protegeu o fóssil durante milênios, mas também garantiu que ele chegasse quase intacto aos laboratórios brasileiros. Tal nível de preservação é raro, tornando essa descoberta ainda mais significativa para a ciência.
Por que essa descoberta é relevante para os dias de hoje?
De acordo com a Uerj, o estudo desses fósseis é mais do que uma viagem ao passado. Ele oferece insights valiosos sobre como os organismos antigos respondiam a mudanças ambientais. Essa informação é crucial para antecipar as reações da nossa biosfera ao atual aquecimento global. A partir disso, é possível desenvolver estratégias mais precisas para a conservação da biodiversidade atual, uma tarefa fundamental para preservar nosso ambiente numa era de rápidas mudanças climáticas.
*Com informações da Agência Brasil.
Com informações da Agência Brasil