O ex-secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Allan Turnowski, que estava preso desde maio no Presídio Constantino Cokotos, em Niterói, foi liberado por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). No entanto, ele agora enfrenta uma série de restrições em virtude da decisão judicial. Turnowski deverá entregar seu passaporte, está proibido de deixar o país e não pode entrar em unidades da Polícia Civil ou da Secretaria de Segurança Pública do Rio. Além disso, está proibido de se comunicar com outros investigados no mesmo processo.
Turnowski havia sido preso sob a acusação de integrar uma organização criminosa ligada ao jogo do bicho. Sua liberdade chegou a ser temporariamente concedida em junho, graças a uma liminar do desembargador Marcius da Costa Ferreira, porém, menos de um mês depois, a 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio reverteu a decisão, determinando seu retorno à prisão.
Por que Turnowski foi preso?
O ex-secretário foi detido em 9 de setembro de 2022, com prisão preventiva decretada. Turnowski tentava, sem sucesso, uma carreira política como deputado federal pelo Rio de Janeiro. Mesmo fora do cargo, ele foi acusado de continuar a influenciar as ações da cúpula da polícia. No dia 25 de novembro do mesmo ano, o ex-secretário foi transformado em réu por obstrução do Judiciário pelo juiz Bruno Rulière, da 1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça.
O que acontece após a decisão de soltura?
Quatro dias depois de se tornar réu, uma decisão do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou sua prisão preventiva. Turnowski foi, então, solto menos de um mês após sua condenação. Contudo, sua condenação a quase 10 anos de prisão por obstrução da justiça ainda pendia, ligada à sua atuação favorável aos contraventores Rogério de Andrade e Fernando Ignácio, o último, morto em novembro de 2020. Este trágico evento ocorreu enquanto Ignácio descia de helicóptero no Recreio dos Bandeirantes, de onde voltava de sua casa em Angra dos Reis.
Com essa série de eventos, Turnowski enfrenta um futuro incerto, ainda acusado de corrupção e obstrução do sistema judiciário enquanto lidava com contraventores notórios no cenário carioca. O desenrolar de seu caso poderá trazer novos desdobramentos, mantendo a atenção pública sobre as investigações no Rio de Janeiro.
Com informações da Agência Brasil