Rafael Picciani está de volta à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), após determinação do governador Cláudio Castro. A movimentação acontece logo após a prisão do deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, em uma ação que envolveu as polícias Federal e Civil, além do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).
TH Joias, substituído prontamente por Picciani, foi detido em sua residência na Barra da Tijuca, sob suspeita de intermediar a compra e venda de armas para o Comando Vermelho, uma das facções criminosas mais influentes do Rio. Esse episódio intensifica a atenção para a conexão entre crime e política, desencadeando uma série de prisões na cidade.
O que levou à prisão de TH Joias?
A prisão de TH Joias não veio sozinha. Junto a ele, foram capturados Gabriel Dias de Oliveira, conhecido como Índio do Lixão, Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, apelidado de Dudu, além de outros importantes nomes como o ex-secretário Alessandro Pitombeira Carracena e o delegado da Polícia Federal Gustavo Stteel. Outros oito envolvidos também foram detidos na operação que abrangeu o Rio de Janeiro.
Quais são as acusações contra os envolvidos?
Segundo o procurador-geral de Justiça do Estado do Rio, Antonio José Campos Moreira, as acusações são sérias. Os envolvidos, incluindo TH Joias, foram acusados de participarem de uma associação criminosa para tráfico ilegal de armas de fogo de uso restrito. A denúncia também aponta atividades relacionadas ao tráfico de drogas, com indícios de que as negociações podiam alcançar cifras próximas a R$ 5 milhões.
A investigação também levantou suspeitas sobre casos de lavagem de dinheiro, particularmente envolvendo uma loja de produtos de um clube carioca no Mato Grosso do Sul. O faturamento dessa loja não condizia com a operação reportada, indicando potencial ocultação de capitais.
Como a operação foi planejada?
A investigação pôde contar com a supervisão da Procuradoria-Geral de Justiça. Foram apurados indícios de que o poder econômico acumulado pelas organizações criminosas não só influenciava e corrompia agentes públicos, mas também patrocinava campanhas para incluir seus membros em cargos políticos. A repressão a essas atividades exigiu um trabalho minucioso de coleta de provas e identificação dos envolvidos.
Qual a perspectiva futura para os envolvidos?
O impacto dessas prisões reflete diretamente na política carioca, uma vez que medidas deverão ser tomadas para impedir que candidatos conectados a atividades criminosas possam concorrer a cargos públicos. "É essencial uma investigação prévia rigorosa para evitar que pessoas envolvidas com o crime obtenham candidaturas", afirmou Antonio José Moreira, propondo limpeza nos quadros públicos quando necessário.
O futuro dos presos, incluindo TH Joias, será avaliado em audiência de custódia, conforme a lei exige, e cabe à Alerj se manifestar sobre a manutenção ou não da prisão dos envolvidos.
Como a facção operava?
De acordo com a denúncia, os acusados operavam nas áreas dos Complexos da Maré e do Alemão, além da comunidade de Parada de Lucas. Lá, eles negociavam drogas, armas e equipamentos antidrones, essenciais para inibir operações policiais. É um esquema sofisticado que também movimentava quantidades significativas de dinheiro em espécie para sustentar as atividades da facção criminosa.
A denúncia menciona ainda o uso do mandato parlamentar para facilitar essas atividades, com a nomeação de cúmplices em cargos na Alerj. A relação entre crime organizado e política destaca a importância de tais investigações e suas consequências para o cenário político do estado.
Com informações da Agência Brasil