Uma nova gestão está em curso para assegurar o abastecimento de combustíveis no Rio de Janeiro após a recente interdição da Refinaria de Manguinhos. Desde sexta-feira (26), com o fechamento de uma das principais fornecedoras, uma força-tarefa 24 horas foi implementada, visando evitar impactos no mercado local. Liderada pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), essa operação envolve refinarias, transportadoras e distribuidoras comprometidas em garantir que gasolina e diesel continuem abastecendo todo o estado e partes de São Paulo.
O IBP anunciou nesta segunda-feira (29) que, como parte do plano de contingência, a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras, elevou sua produção. Além disso, cerca de 200 caminhões foram mobilizados diariamente para transporte de combustível entre as refinarias de São Paulo e o Rio de Janeiro.
Como a força-tarefa está operando para garantir o abastecimento de combustíveis?
O IBP estabeleceu uma equipe dedicada para supervisionar a situação 24 horas por dia. Esta resposta rápida visa impedir que os consumidores, tanto comuns quanto industriais, sintam qualquer alteração no fornecimento de combustíveis essenciais como gasolina e diesel. Segundo o IBP, “Nossa força-tarefa logística trabalha para que cada posto e cada consumidor industrial permaneça abastecido sem interrupções”.
Este modelo já foi aplicado em situações adversas no país, como em desastres naturais que afetaram o Sul do Brasil e durante secas que comprometeram a vazão dos rios no Norte. A atual mobilização inclui monitoramento em tempo real, identificação de possíveis gargalos e cooperação intensa com autoridades públicas para manter o mercado estável.
Por que a Refinaria de Manguinhos foi interditada?
A intervenção na Refinaria de Manguinhos, agora conhecida como Refit, foi desencadeada após a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ter identificado irregularidades durante uma inspeção. A interdição, que ocorreu junto à apreensão de 91 milhões de litros de óleo diesel destinados à refinaria, conta com suporte da Receita Federal e da Marinha, evidenciando uma operação coordenada de fiscalização.
As irregularidades apontadas envolvem desde fraudes operacionais até ilegalidades na importação de combustíveis e evasão fiscal. Essas ações levaram a um bloqueio cautelar das operações da Refit até que todos os problemas sejam resolvidos.
Como a Refit está respondendo a essas acusações?
A Refit, inaugurada em 1954, é uma peça histórica no cenário industrial do Rio e, desde 2017, opera sob esta nova denominação. Em sua defesa, a empresa emitiu um comunicado expressando "surpresa e indignação" diante da decisão. Eles destacam seu compromisso ético e legal com o mercado, afirmando que jamais atuaram como uma fachada para atividades ilícitas.
A empresa garante que sua operação é certificada e que mantém mecanismos rigorosos para evitar que seus produtos sejam adulterados ou utilizados por organizações criminosas. A Refit declarou estar determinada a revogar a suspensão e continuar sua trajetória de expansão no mercado.
O que está por trás das operações de fiscalização?
A interdição faz parte de investigações federais mais amplas contra crimes no setor de combustíveis. A Operação Cadeia de Carbono, como é chamada, está conectada ao desmantelamento de esquemas de lavagem de dinheiro vinculados a facções criminosas, como o PCC, que usaram o setor de combustíveis como plataforma para atividades ilegais.
O IBP e o Instituto Combustível Legal (ICL) apoiam as investigações. Para estas entidades, a moralização do setor é crucial para a economia nacional, reforçando a importância de que o suprimento energético esteja seguro e devidamente regulado.
Com informações da Agência Brasil