Você já parou para pensar no poder transformador da educação e da inovação? A história de Tiago Calves Nunes, um pesquisador determinado que trilhou um caminho inspirador desde a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), é um exemplo emocionante disso. Sendo o primeiro de sua família a chegar ao ensino superior, Tiago não apenas conquistou seu doutorado, mas também lançou uma empresa e viu seus sonhos tomarem forma concreta. Nesta quarta-feira (8), ele foi aplaudido ao receber o Prêmio Finep na etapa Centro-Oeste na categoria Deep Tech, um reconhecimento que marcou sua trajetória com emoção e orgulho.
Filho de um pescador e de uma dona de casa, Tiago sempre quis fazer a diferença para produtores rurais no Pantanal, e foi assim que desenvolveu um pesticida sustentável à base de um fungo. Aplaudido por sua conquista, ele trazemos uma história que conta como a educação e a inovação podem realmente moldar futuros brilhantes.
Por que descentralizar a pesquisa é tão importante?
A premiação recebida por Tiago realça a importância de se descentralizar a pesquisa no Brasil. Segundo a Finep, a ideia é valorizar soluções que não apenas fortalecem a ciência, mas tornam-a acessível a mais pessoas. Como Tiago relembra: "Meu pai foi pescador profissional, homem simples, trabalhador, que tirava o sustento das águas do Pantanal". Com sua pesquisa, ele transformou organismos invisíveis em soluções palpáveis, capazes de regenerar solos e melhorar a vida de pequenos agricultores.
"Ao segurar esse prêmio, eu lembro do menino que ajudava o pai, na beira do rio, que sonhava em estudar. Hoje estamos aqui, mostrando que educação cria futuro".
O que é Finep e como está revolucionando a inovação no Brasil?
Luiz Antônio Elias, presidente da Finep, destacou que o prêmio de inovação, que voltou após dez anos, busca valorizar a diversidade regional e o potencial criativo brasileiro. A empresa investiu, somente na Região Centro-Oeste entre 2023 e 2025, aproximadamente R$ 2,3 bilhões em projetos que variam de nanotecnologia a biotecnologia.
"Os temas apoiados refletem a força e diversidade dessa região. Nanotecnologia, sustentabilidade agrícola, saneamento ambiental, biotecnologia de baixo carbono, tratamento de minérios, ciência animal, agroquímica e bioquímica".
Como a interação entre academia e setor produtivo está moldando o futuro?
Ricardo Galvão, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), enfatizou a importância de se investir em conhecimento e inovação brasileiros. Um exemplo disso é o projeto vitorioso na categoria "Cadeias Agroindustriais Sustentáveis", que aproveita integralmente o babaçu e pequi para criar bioinsumos para as indústrias alimentícia e cosmética.
Esse projeto, liderado por Natália Olívia de Souza do Instituto Senai, não apenas reduz o desperdício, mas também fortalece comunidades locais através da transferência de tecnologia para agricultores familiares.
"Podemos proporcionar o desenvolvimento de um reaproveitamento de dois grandes representantes da nossa cultura regional".
Qual o papel das mulheres na inovação científica?
Nesta edição do Prêmio Finep, o destaque foi para projetos coordenados por mulheres, como o de Maria Lígia Rodrigues Macedo. Com uma equipe de 27 mulheres, o projeto criou a primeira plataforma nacional aberta de proteínas e peptídeos com aplicações biotecnológicas.
Em vídeo, a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, reforçou a importância das mulheres no cenário científico, afirmando que "a diversidade produz uma ciência melhor".
"Inovar precisa de paridade e equidade. Esse país de inovação ainda vai demorar um pouco para ter equidade, mas a paridade já começou faz tempo".
Quem são os vencedores das outras categorias do Prêmio Finep?
A premiação reconheceu diversas iniciativas inovadoras:
- Categoria Deep Tech: "Pantabio" de Tiago Calves Nunes, usando microrganismos do Pantanal para regenerar solos.
- Categoria Cadeias Agroindustriais Sustentáveis: Projeto que transforma babaçu e pequi em bioinsumos, Instituto Senai.
- Categoria Infraestrutura de P&D em ICTs: Fortalecimento de laboratórios da UFMS.
- Categoria Ambiente de Inovação: Modernização do Laboratório IFMaker, IF goiano.
- Categoria Transformação digital da indústria: Reconhecimento de bovinos por IA, Kerow Soluções em Precisão.
- Categoria Bioeconomia: Melhoria em painéis solares com película fotoluminescente, Anexo Energia.
- Categoria Complexo econômico industrial da saúde: Plataforma biológica de células-tronco, Universidade Federal de Goiás.
Com informações da Agência Brasil