A Secretaria de Segurança Pública revelou nesta sexta-feira (10) uma importante linha de investigação sobre a contaminação de bebidas por metanol. Acredita-se que a origem do problema esteja na aquisição de etanol combustível adulterado por falsificadores. Com o Primeiro Comando da Capital (PCC) sob suspeita, essa organização criminosa estaria envolvida na adulteração de combustíveis e na lavagem de dinheiro por meio de postos de gasolina. Essa possibilidade levanta preocupações sobre a segurança das bebidas consumidas.
De acordo com o secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, "o crime organizado adulterava o etanol para lucrar, e esse etanol contaminado acabou sendo usado por falsificadores de bebidas". Essa declaração, dada em entrevista coletiva, reforça as suspeitas sobre a conexão entre as atividades criminosas e as bebidas tóxicas que resultaram em óbitos.
Como o metanol foi descoberto nas bebidas?
A investigação teve origem após o primeiro de cinco óbitos ocorridos no estado. Durante as buscas no bar frequentado pela vítima, foram apreendidas nove garrafas, das quais oito continham metanol em taxas alarmantes. Este dado surpreendente fez soar o alarme sobre a extensão do problema e a casualidade com que substâncias letais estavam circulando.
Quais são os riscos para saúde humana?
A Polícia Técnico-Científica confirmou que algumas garrafas encontradas tinham somente metanol, uma substância altamente tóxica quando ingerida em concentrações erradas. Das 1,8 mil garrafas apreendidas, aproximadamente 50% apresentaram níveis altos de metanol, reforçando a gravidade da situação. Esse fato coloca os consumidores em risco, trazendo à tona o perigo espreitante na inofensiva garrafa de bebida.
Quem está por trás do fornecimento das bebidas adulteradas?
O dono de um dos bares sob investigação admitiu ter adquirido as bebidas de uma distribuidora não autorizada. Essa empresa usava etanol de postos de combustíveis, que já estava adulterado com metanol. Esta declaração levanta questões sobre a origem das substâncias e a cadeia de fornecimento das bebidas.
"O falsificador foi no posto comprar etanol para falsificar a bebida, e o dono do posto vendeu etanol falsificado com metanol", esclareceu Derrite, destacando o papel dos envolvidos na cadeia de fabricação.
O problema é estrutural ou conexo ao crime organizado?
No final de setembro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que a contaminação por metanol em bebidas alcoólicas é um problema "estrutural", dissociando qualquer participação direta do crime organizado, apesar das suspeitas envolvendo o PCC. Essa declaração abre um novo debate sobre as medidas necessárias para prevenir tais incidentes no futuro.
Com informações da Agência Brasil