Imagine um cenário onde o avanço do desmatamento da Amazônia está em parte ligado à pecuária. Pois é exatamente isso que revela um novo relatório da Human Rights Watch. Divulgado nesta quarta-feira, o estudo evidencia como a falta de rastreamento do gado vendido no Brasil está contribuindo significativamente para a destruição da floresta. E se você está se perguntando como isso afeta você, lembre-se de que o futuro do nosso planeta está em jogo.
Mas afinal, como a pecuária se tornou a vilã da história da floresta? Desde os anos 80, a maioria das terras desmatadas na Amazônia foi transformada em pastagem. Um dado alarmante para você refletir: mais de 90% desse desmatamento enfrenta a ilegalidade segundo as leis brasileiras. E tem mais, sabia que muitas das fazendas estão em áreas protegidas, muitas vezes à base de violência e intimidação?
Como o desmatamento afeta o Pará?
No estado do Pará, o desmatamento é especialmente preocupante. Por lá, a Human Rights Watch identificou fazendas ilegais em territórios frágeis, como a terra indígena Cachoeira Seca e Terra Nossa, dedicada aos pequenos agricultores. E você sabia que o Pará possui a segunda maior área de imóveis rurais legalmente protegidos? No entanto, lidou também com o segundo maior número de conflitos fundiários no ano passado.
Por que não rastreamos a origem do gado?
Atualmente, o rastreamento do gado no Brasil ainda é um desafio. O relatório sugere que mesmo grandes empresas produtoras de carne não conseguem assegurar a origem legal de seus animais. Fascinante e ao mesmo tempo assustador, não? Sem uma origem clara, é possível que a carne que você consome venha de áreas desmatadas ilegalmente.
Como um sistema de rastreamento pode ajudar?
O que, então, podemos fazer? De acordo com César Muñoz, diretor da Human Rights Watch no Brasil, um sistema robusto de rastreamento é essencial. Seu objetivo é garantir que cada cabeça de gado seja facilmente rastreável desde o seu nascimento. "É necessário e pode ser feito", defende Muñoz.
O relatório mencionou também que carne e produtos de couro derivados desse gado ilegal poderiam estar sendo exportados para a União Europeia, com destaque para a Itália. E agora você deve estar se perguntando: o que o governo e essas grandes empresas estão fazendo sobre isso?
Até o fechamento desta matéria, nenhuma resposta foi dada pelo governo do estado do Pará ou pela gigante das carnes mencionada. Hora de questionar, investigar e exigir mudanças, não acha?
Com informações da Agência Brasil