Na manhã desta quinta-feira (16), uma grande operação foi deflagrada nas cidades de Duque de Caxias, Belford Roxo e Rio de Janeiro, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa especializada em apostas online, fraudes e lavagem de dinheiro. Batizada de "Banca Suja", a operação mirou um grupo que, segundo as investigações, teria movimentado mais de R$ 130 milhões em um período de três anos. Além disso, as autoridades conseguiram bloquear R$ 65 milhões em contas e apreender bens avaliados em R$ 2,2 milhões, incluindo oito veículos.
Nessa ação, uma estratégia especial da Polícia Civil, conhecida como "seguir o dinheiro", foi utilizada para enfraquecer as bases econômicas dessas organizações criminais. Mas, afinal, como essas operações são conduzidas?
Como funciona a estratégia de "seguir o dinheiro"?
A estratégia de "seguir o dinheiro" é uma ferramenta poderosa utilizada pelas forças de segurança para atacar diretamente os sustentáculos financeiros dos grupos criminosos. Segundo o secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, essa abordagem vai além da repressão direta, alcançando a desequilibração econômica de redes criminosas e protegendo empresas que operam dentro da legalidade.
Qual é o impacto da relação com a máfia do cigarro?
Durante a operação, a polícia encontrou evidências de vínculos entre o grupo e a chamada máfia do cigarro. As empresas ligadas a esse mercado recebiam transferências suspeitas de organizações jurídicas associadas à base da quadrilha, em Duque de Caxias. As descobertas indicam um nível elevado de articulação tanto no estado quanto no país, o que é pouco comum nesta região.
Quais são as consequências diretas dessas ações?
Os delegados envolvidos explicaram que ações bem-sucedidas, como o bloqueio de milhões em bens e contas bancárias, têm um papel crucial na luta contra o crime. Conforme o delegado Henrique Damasceno, esses recursos recuperados fortalecem a capacidade operacional da Polícia Civil, oferecendo um fortalecimento no combate ao crime e enfraquecendo facções criminosas.
Como era o modus operandi do grupo?
O grupo utilizava uma estrutura impressionante de empresas de fachada, fracionamento de transações e operações falsas para esconder a origem criminosa dos valores. Além das fraudes financeiras, existem indícios de que os investigados estejam envolvidos em homicídios de rivais e concorrentes, como forma de manter o domínio sobre os negócios ilegais.
"Encontramos empresas que conseguiram mover milhões em um curto espaço de tempo, disfarçando dinheiro ilícito como legítimo", afirmou o delegado Renan Mello, ressaltando que isso distorce a competição justa no mercado.
Com informações da Agência Brasil