Relatório revela crescente ameaça à liberdade de imprensa nas Américas
Em um cenário que preocupa, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) divulgou, na última sexta-feira (17), um relatório alarmante sobre o aumento das ameaças à liberdade de imprensa em quase todo o continente americano. Esse documento aponta uma intensificação das pressões sobre jornalistas e veículos de comunicação, especialmente em um momento crítico para a democracia e o direito à informação. Vamos entender mais sobre este panorama que continua a evoluir nas Américas.
Como está a liberdade de imprensa no continente?
A SIP alerta para uma "deterioração da liberdade de imprensa" em muitos países das Américas do Sul, Central e do Norte. Com pressões crescentes, a situação ameaça elementos fundamentais da democracia, como a liberdade de expressão e o direito dos cidadãos de receberem informações precisas. E, embora o cenário varie conforme o contexto político e econômico de cada nação, nenhuma orientação ideológica parece ser imune a esses desafios.
Quais são os principais desafios enfrentados pelos jornalistas?
Os jornalistas se veem diante de assédio, violência, perseguição judicial, censura e controle digital. A SIP ressalta que esses ataques ocorrem em países com governantes de diferentes ideologias, como Argentina, Colômbia, Canadá e El Salvador, entre outros. Segundo o presidente da SIP, José Roberto Dutriz, a "desinformação" e a manipulação da informação são problemas complexos agravados pelas redes sociais e pela inteligência artificial.
O que preocupa a SIP nos Estados Unidos?
Apesar de tradicionalmente serem vistos como um pilar da liberdade democrática, os Estados Unidos têm mostrado sinais de deterioração da liberdade de imprensa. Durante a gestão de Donald Trump, jornalistas enfrentam pressões sem precedentes, como a obrigatoriedade de submeter reportagens à aprovação do Pentágono. Além disso, ameaças diretas à operação de veículos de comunicação evidenciam um enfraquecimento do sistema democrático.
Qual a situação do Brasil?
No Brasil, a SIP ressalta um quadro contínuo de assédio judicial, embora o Supremo Tribunal Federal geralmente mantenha as decisões favoráveis à liberdade de imprensa. Casos de violência contra jornalistas, muitas vezes iniciados por figuras políticas, ainda são preocupantes, conforme expressou Martha Ramos, presidenta da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP.
E quanto ao panorama global da liberdade de imprensa?
A ONG Repórteres Sem Fronteiras destaca que, globalmente, as condições para o jornalismo são "ruins" na metade dos países analisados. Contudo, o Brasil apresentou uma ligeira melhoria, subindo para a 47ª posição no ranking, enquanto os Estados Unidos ocupam a 57ª, mostrando uma confiança em declínio na mídia.
Com informações da Agência Brasil