Você sabia que o Brasil está vivendo um verdadeiro renascimento linguístico e cultural entre os povos indígenas? O IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, acaba de divulgar novos insights fascinantes do Censo Demográfico 2022 que mostram essa movimentação. Em apenas uma década, observou-se um notável aumento no número de línguas indígenas e etnias pelo país, revelando uma vibrante diversidade que vem se reafirmando.
De acordo com os dados, a quantidade de línguas indígenas faladas passou de 274, em 2010, para 295 no ano da pesquisa. Além disso, as etnias identificadas saltaram de 305 para 391. Para se ter uma ideia do impacto dessa mudança, 433.980 indígenas agora utilizam línguas nativas para se comunicar, contrastando com os 293.853 registrados em 2010. As etnias Ticuna, Guarani-Kaiowá e Guajajara são os grupos com o maior número de falantes, concentrados principalmente no Amazonas, São Paulo e no Distrito Federal.
Como esses dados revelam a autoafirmação cultural?
Segundo o analista de pesquisa, Fernando Souza Damasco, o resgate das línguas indígenas reflete um forte movimento de autoafirmação e recuperação linguística. "Temos, nos últimos anos, muitos grupos buscando recuperar sua língua originária, após décadas sem fala. Muitas dessas línguas foram documentadas pela última vez entre as décadas de 60 e 70, e agora esses grupos estão recuperando registros para que essas línguas ressurjam", destaca Damasco.
Quais etnias são as mais numerosas no Brasil?
O estudo do IBGE destaca que as etnias Ticuna, Kokama e Macuxi são as mais numerosas no país. Curiosamente, os Ticuna são identificados como a maior etnia sem acesso a serviços básicos como água encanada, esgotamento sanitário e coleta de lixo. Além disso, 60% das etnias no Brasil habitam áreas urbanas, com São Paulo liderando em número absoluto, seguido por Amazonas e Bahia.
Esses dados trazem à luz a realidade da surpreendente riqueza linguística e étnica do Brasil, ao mesmo tempo em que destacam os desafios enfrentados por suas comunidades. A valorização e preservação dessas culturas milenares são fundamentais para a identidade do país e constituem um legado que todos devemos proteger.
Com informações da Agência Brasil