Você sabia que existem profissionais da saúde que, mesmo com mais de 80 anos, continuam exercendo suas funções com paixão e dedicação? Em um cenário desafiador, onde o preconceito etário ainda persiste, três médicos mostram que idade é apenas um número quando se tem amor pelo trabalho e vontade de transformar vidas. Descubra as histórias inspiradoras de Deise de Boni Monteiro de Carvalho, Henrique Murad e José Badim, que seguem na ativa e redefinem o conceito de longevidade profissional.
A nefrologista Deise de Boni Monteiro de Carvalho, aos 85 anos, continua operando com garra em hospitais do Rio de Janeiro. Com uma carreira que já ultrapassa seis décadas, Deise compartilha que nunca pensou em parar de trabalhar e que não sente preconceito no ambiente profissional. Pelo contrário, ela relata ser até mais respeitada e solicitada por sua vasta experiência. "Não penso em deixar de trabalhar, porque não sei fazer outra coisa também", afirma.
Como driblar o preconceito etário na medicina?
Deise de Boni foi fundamental na história da nefrologia brasileira, colaborando em feitos como o primeiro transplante renal em São Paulo, em 1965. Hoje, ela comanda a nefrologia nos hospitais São Vicente de Paulo e São Francisco na Providência de Deus, no Rio de Janeiro, onde já liderou impressionantes 2.751 transplantes. Em uma área predominantemente jovem, Deise aconselha: "Não pare de trabalhar. Seja útil. O trabalho me deixa ligada".
O segredo da longevidade profissional: inspiração da família?
Henrique Murad, cirurgião cardíaco de 82 anos, também desafia expectativas. Para ele, trabalhar é sinônimo de prazer, mesmo que isso signifique ajustar seus interesses, como abandonar o futebol. Com orgulho, Murad relembra sua trajetória familiar de longevidade e dedicação ao trabalho. "Foi assim que a gente foi educado e é assim que a gente continua", reflete.
A exemplo de suas influências familiares, Murad se reinventou: ao parar de operar, ele se dedicou à medicina de consultório e ensino. Uma diretriz da Sociedade Americana de Cirurgia Geral reforça a importância de profissionais idosos pelo know-how acumulado. "Tem gente que está ótimo aos 95 anos e tem gente que, com 70, está horroroso. Por isso, não adianta fazer uma regra que vale para todos", aponta Murad.
Trabalho: um elixir para o corpo e para a mente?
O cirurgião José Badim, aos 95 anos, segue ativo no hospital que fundou, mantendo uma rotina que inclui consultas e cirurgias. Para ele, o amor ao trabalho e à humanidade são as razões que o mantêm firme. "Medicina é um estímulo contínuo para mim. Ela me mantém vivo", ressalta Badim.
José Badim destaca a importância da atualização contínua numa profissão que evolui rapidamente. "Um profissional precisa estar sempre atualizado para ser respeitado", afirma. Acumulando décadas de avanços médicos, Badim vê na tecnologia uma grande aliada, permitindo diagnósticos mais precisos e recuperações mais rápidas.
Esses três médicos provam que a paixão pelo que se faz é o verdadeiro motor da longevidade profissional. Ao desvendarem seus segredos de vitalidade e realização pessoal, eles inspiram uma nova percepção sobre o envelhecimento ativo e a importância da experiência no cenário atual da medicina.
Com informações da Agência Brasil