O Rio de Janeiro foi palco, recentemente, de uma intensa mobilização social devido a uma operação policial nos complexos da Penha e do Alemão. Considerada a mais letal do estado, a ação resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais. A operação provocou críticas de diversas instituições, pesquisadores e membros da sociedade, que denunciaram a letalidade excessiva e a necessidade de uma investigação independente e transparente. O movimento "Chamada geral contra a morte: o Estado mata negros e pobres no Rio de Janeiro e no Brasil" visou prestar solidariedade às vítimas e exigir a responsabilização dos envolvidos.
O Complexo da Penha tornou-se o epicentro desses protestos, incluindo a presença ativa de organizações como o Instituto Papo Reto, Raízes em Movimento e Voz das Comunidades. Entre os participantes, Liliane dos Santos, residente local, descreveu o desespero enfrentado no dia da operação: "No dia da operação, pra gente foi um um baque. Foi um dia desesperador, que parece que o tiro estava sendo dentro de casa."
Como a comunidade local se manifestou?
A dirigente sindical Raimunda de Jesus fez uma crítica contundente sobre o tratamento desigual dispensado aos moradores: "A forma que aconteceu aqui não acontece na zona sul, nas áreas mais ricas, que lá também tem bandidos. Então, aqui, nós que moramos na periferia, somos discriminados. O Estado não pode nos ver como inimigos." Essa percepção ressalta um padrão de ações direcionadas que afeta especificamente as comunidades mais pobres.
Por que o histórico de operações é preocupante?
De acordo com Tainã de Medeiros, do Instituto Papo Reto, essa operação não foi um evento isolado na região: "Isso já aconteceu antes, isso já aconteceu, teve a chacina do Pano, teve a de 2010, teve uma ocupação aqui também com os militares também que teve muitas mortes." A repetição de ações violentas levanta questões sobre a eficácia dessas operações e suas justificativas.
Qual é a solução proposta pelos manifestantes?
Além de protestar contra a violência, os manifestantes buscam fortalecer as mobilizações comunitárias visando garantir os direitos dos moradores das comunidades. A união de forças através dos movimentos sociais pretende promover melhorias e justiça para aqueles que são frequentemente oprimidos pelas ações estatais.
A ausência de mudanças efetivas nas políticas de segurança pública continua a alimentar o sentimento de injustiça e desigualdade entre os moradores das periferias. Ao exigir transparência e responsabilidade, a sociedade civil lança um pedido por um tratamento mais justo e igualitário para todos.
Com informações da Agência Brasil