Tornados são fenômenos imprevisíveis que atingem com força total, como exemplificado no tornado que devastou Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná. Esses eventos climáticos se formam dentro de nuvens de tempestade e provocam grande destruição ao alcançar o solo. Isso é o que nos explica Danilo Siden, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
“Com a formação do ciclone extratropical no Rio Grande do Sul, a gente teve também a formação de uma frente fria na parte mais norte desse ciclone, ou seja, no Paraná. Dentro dessa frente fria, nós temos vários fenômenos, como chuvas intensas, tempestades de raios, queda de granizo, e há a possibilidade de uma dessas nuvens formar um tornado”, informou o meteorologista do Inmet.
É um fenômeno bem intenso e de curta duração. Segundo Danilo, podemos esperar que ocorram dentro de frentes frias, mas prever precisamente quando e onde não é possível devido à sua característica localizada.
Nesse evento em Rio Bonito do Iguaçu, a nuvem que originou o tornado foi denominada "supercélula" pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná. Os ventos ultrapassaram 250 km/h, classificando o tornado como F3 na escala Fujita, o que indica danos severos.
Como se formam os tornados?
Algumas condições específicas potencializam a formação de tornados, como a presença de ar quente próximo ao solo e mudanças rápidas na direção ou velocidade dos ventos, acrescenta o meteorologista. Mesmo com sistemas de alerta avançados, esses fenômenos são previstos apenas com cerca de 15 minutos de antecedência.
No Brasil, os tornados são mais comuns do que se imagina. Segundo Celina Rodrigues, engenheira ambiental e pesquisadora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e do Instituto Serrapilheira, a região Sul do Brasil é um dos lugares com maior incidência de tornados na América do Sul, juntamente com Argentina e Paraguai.
“Esse fenômeno é relativamente frequente, mas suas consequências ficam mais evidentes quando atingem áreas povoadas. É mais comum no período de transição entre a primavera e o verão”, disse Celina.
Apesar do ciclone extratropical que possibilitou o tornado, a engenheira ambiental ressalta que tornados e ciclones não são iguais e nem sempre ocorrem conjuntamente.
“Os tornados têm uma extensão de poucos metros a quilômetros e duram segundos a minutos, enquanto os ciclones atmosféricos são muito maiores em escala, cobrindo áreas de centenas a milhares de quilômetros e durando alguns dias.”
Esse ciclone ainda segue ativo na costa das regiões Sul e Sudeste do Brasil. Formado por massas de ar quente e fria, é chamado de extratropical e, além de ventos fortes, provoca o deslocamento de frentes frias que trazem chuvas intensas para várias partes dessas regiões.
Com informações da Agência Brasil