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BRASIL

Proteção de adolescentes desafia conselhos tutelares após megaoperação

Os adolescentes apreendidos durante a operação policial contra a facção criminosa Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão no Rio de Janeiro terão um acompanhamento próximo por parte dos conselhos tutelares. Este órgão é responsável pela defesa

09/11/2025

09/11/2025

Os adolescentes apreendidos durante a operação policial contra a facção criminosa Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão no Rio de Janeiro terão um acompanhamento próximo por parte dos conselhos tutelares. Este órgão é responsável pela defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, sendo um pulso firme contra a vulnerabilidade em situações críticas como esta.

Essa intervenção acontece após uma megaoperação que resultou na morte de 121 pessoas. O colegiado, com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, destaca a importância de proteger os jovens não só contra potenciais execuções, mas também contra o aliciamento pelo tráfico de drogas. Esta ação visa amparar não apenas os adolescentes, mas também suas famílias, criando uma teia de segurança fundamental nesse contexto de crise extrema.

Quais são as próximas etapas para os adolescentes apreendidos?

Os dez adolescentes estão atualmente em uma unidade socioeducativa na Ilha do Governador, aguardando audiências de custódia. Essas sessões servirão para avaliar a legalidade das suas apreensões, além de definir o caminho que os espera. Existem discussões para incluí-los no Programa de Proteção à Criança e Adolescente Ameaçados de Morte (PPCAM), destacando um esforço governamental para uma resposta rápida e firme.

Como os conselhos tutelares estão atuando para proteger os jovens?

A estratégia para acompanhar os jovens foi definida em uma reunião de conselheiros tutelares de regiões atendidas pelos complexos, junto a órgãos federais de direitos humanos. Três medidas foram estabelecidas:

  • Fortalecer os conselheiros para que eles tenham as ferramentas e o suporte necessários para desempenhar suas funções legais.
  • Oferecer atendimento médico e psicológico imediato para aqueles diretamente afetados, bem como apoio assistencial para famílias que perderam seus provedores.
  • Acompanhar os jovens apreendidos e suas famílias, com vista a alternativas que assegurem direitos com minimização de riscos.

Quais os relatos da comunidade sobre os impactos da operação?

O relatório recente da Defensoria Pública trouxe à tona narrativas chocantes de crianças e adolescentes que ficaram sem aulas e sem comida por três dias, com suas vidas alteradas drasticamente pelos sons de tiros incessantes. Práticas agressivas como a "Tróia", técnica policial que utiliza residências de civis como bases, deixam marcas profundas da violência estrutural.

Um relato impactante de um morador explicou: “Eles entraram na minha casa e nos prenderam no quarto e usaram nossa janela para ficar atirando nas pessoas. Meu filho só sabe gritar”. A força das palavras ecoa o terror presente nessas vivências.

Quais as medidas para o impacto psicológico da operação?

Foi acordado entre o Ministério dos Direitos Humanos e os conselhos tutelares a criação de uma rede de apoio psicológico, essencial para mitigar o trauma e facilitar a colaboração dos conselheiros em registrar detalhadamente as violações relatadas. Essa ação visa também a construção de uma retratação mais precisa, justa e esperançosa para o futuro desses jovens.

Como o tráfico de drogas é percebido em relação aos adolescentes?

A operação e suas consequências evidenciam como o tráfico de drogas nos complexos favelas é visto não apenas como crime, mas, sob a perspectiva da Organização Internacional do Trabalho (OIT), como uma forma de trabalho infantil. Esse reconhecimento é crucial para desdobrar ações sociais robustas que combatam a entrada de jovens no tráfico, um esforço já em curso no governo.

Proteção de adolescentes desafia conselhos tutelares após megaoperação
Moradores, familiares e representantes da sociedade civil se reúnem na comunidade da Vila Cruzeiro para manifestação de repúdio à Operação Contenção que deixou 121 mortos. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Essas questões complexas indicam que o caminho para uma ressocialização eficaz dos jovens envolvidos passa por um olhar mais humano, sustentado pelo envolvimento comunitário e educação transformadora, reafirmando a esperança de um futuro melhor.



Com informações da Agência Brasil

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