Música e culinária se unem de maneira única no coração da Amazônia. Quando se fala do tacacá, prato típico da região, é impossível não lembrar das menções feitas pela cantora Joelma, um verdadeiro ícone da cultura paraense. Em suas canções, o tacacá não é apenas um prato, mas uma parte viva das tradições do Pará.
O tacacá é feito com ingredientes extraídos diretamente da natureza amazônica, como tucupi e goma da mandioca, jambu – planta nativa vibrante –, e camarão seco. Tudo isso preparado com carinho pelas tacacazeiras, as mulheres que dominam a arte de fazer esse quitute.
Por que o tacacá é tão importante para a cultura brasileira?
O tacacá é muito mais do que um prato típico: é uma representação da resistência e criatividade das mulheres indígenas e paraenses. Segundo o IPHAN, sua comercialização remonta ao século XIX, em um período de escassez econômica. As mulheres encontraram na venda de alimentos uma forma de sustentar suas famílias, uma tradição que se mantém até hoje.
Maria de Fátima de Araújo, proprietária de uma tradicional barraca de tacacá em Belém, exemplifica essa realidade. "Significa muito nas nossas vidas, porque é do tacacá que eu tiro para o meu sustento, para os meus passeios, para a educação dos meus netos e para nós nos alimentarmos. Eu e toda minha família", afirma Maria.
Qual o legado cultural e familiar por trás do tacacá?
Cada tacacazeira tem seu jeito único de preparar o prato, com segredos de família que passam de geração para geração, algo que pesou na decisão do IPHAN em reconhecer seu valor cultural. Ivonete Pantoja, filha de tacacazeiros, continua esse legado em Belém, presidindo a Associação das Tacacazeiras.
"É gratificante hoje saber que somos guardiões desse prato típico tão procurado por paraenses e turistas. É uma honra saber que nossa luta não é em vão. Tenho orgulho de ser tacacazeira", diz Ivonete.
O que o IPHAN planeja para apoiar as tacacazeiras?
Além do reconhecimento cultural, o IPHAN lançou um plano para apoiar as tacacazeiras em cinco áreas críticas:
- Gestão e empreendedorismo
- Acesso a matérias-primas e insumos
- Melhoria das condições de comercialização
- Divulgação cultural e gastronômica
- Direito a espaços públicos
Este plano visa melhorar não apenas a infraestrutura das barracas de tacacá, mas também fortalecer e preservar essa cultura rica e ancestral.
*Sob supervisão de Vitória Elizabeth
Com informações da Agência Brasil