O governo brasileiro considera apoiar pequenos empreendedores diante dos desafios impostos por novas tarifas comerciais dos EUA. Márcio França, ministro responsável pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, destacou a possibilidade de subsidiar a produção brasileira que inicialmente seria destinada aos Estados Unidos, buscando que esses produtos sejam consumidos ou vendidos dentro do Brasil.
Durante uma entrevista no programa Bom Dia, Ministro, transmitido pelo Canal Gov, Márcio França discutiu como essa estratégia pode mitigar o impacto das tarifas de 50% impostas pelo então presidente dos EUA, Donald Trump. França classificou tais medidas como um "boicote" ao Brasil e destacou a necessidade de proteger os pequenos empresários nacionais.
Por que subsidiar a produção para o mercado interno?
França explorou o desafio que tais tarifas representam para os bens perecíveis brasileiros, como peixes sofisticados, atuns, lagostas e camarões, que em grande parte são exportados para os EUA. No Ceará, por exemplo, mais de 50% da exportação destes produtos vai para o mercado americano. "Esse tipo de produto é difícil você reencaixar", explicou o ministro.
Qual é a sugestão do ministro para enfrentar o "tarifaço"?
O ministro recomendou ao vice-presidente Geraldo Alckmin e ao presidente Lula que priorizem apoio aos pequenos empreendedores, subsidiando seus produtos para inclusão na rede pública, como a alimentação escolar. França pontuou que esses valores são pequenos em comparação a grandes commodities, e, portanto, mais viável de serem subsidiados.
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Quem são os pequenos empreendedores afetados?
Atualmente, cerca de 20 mil pequenos empreendedores no Brasil exportam para os Estados Unidos, compondo 0,8% dos US$ 40 bilhões exportados anualmente. São produtores de alho, mel, peixes, e até frutas como o açaí. O ministro destacou a simplicidade em ajudar esses produtores devido ao seu pequeno percentual no montante geral de exportações. Armazenar e congelar peixes, por exemplo, prova-se mais caro que seu próprio valor.
Redirecionamento para outros mercados é uma solução viável?
Os subsídios são vistos como um suporte temporário até que a produção possa ser redirecionada para outros mercados. "Depois, com o tempo, a gente vai se reencaixando em outros mercados e aí vamos tocar a nossa vida", declarou França, enfatizando que é crucial estar preparado para lidar com as adversidades e instabilidades nas negociações internacionais.
Com informações da Agência Brasil