Você sabia que o mais recente ajuste tarifário do governo dos EUA, que remove uma taxa de 10% sobre 238 produtos, ainda não alivia totalmente as dificuldades enfrentadas pelo Brasil? A questão principal ainda é a tarifa adicional de 40%, implantada em julho pelo ex-presidente Donald Trump, que continua a impactar a competitividade brasileira no mercado norte-americano.
Embora a redução tarifária beneficie diretamente 80 itens exportados pelo Brasil, a maior parte dos produtos brasileiros ainda é afetada pela alta taxa. As entidades brasileiras sugerem que é hora de fortalecer o diálogo diplomático para a retirada completa dessas tarifas, restaurando assim a competitividade no mercado dos EUA.
Como essa mudança impacta a indústria brasileira?
Para a indústria brasileira, essa mudança representa um começo promissor, mas não suficiente. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que, embora a suspensão da tarifa de 10% seja positiva, abrangendo produtos que somaram US$ 4,6 bilhões em exportações no ano passado, a manutenção da taxa de 40% ainda coloca o Brasil em desvantagem.
“É muito importante negociar o quanto antes um acordo para que o produto brasileiro volte a competir em condições melhores”, declarou Ricardo Alban, presidente da CNI.
Entidades regionais como a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) também enxergam a necessidade de avanços adicionais para setores cruciais como carnes e café.
Quais são os desafios para o setor de carne?
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) reagiu positivamente, destacando uma maior previsibilidade para o comércio bilateral. Uma melhoria significativa na confiança entre os dois países foi notada, mesmo que a tarifação sobre a carne bovina ainda seja considerável, reduzida agora para 66,4%, comparada aos 26,4% antes de Trump.
“A medida reforça a confiança no diálogo técnico entre os dois países e reconhece a importância da carne do Brasil”, afirmou a Abiec.
Qual o impacto para o café brasileiro?
O setor de café, por outro lado, aguarda mais detalhes sobre essas mudanças. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) considera crucial uma análise técnica mais aprofundada. A concorrência intensa, principalmente com o café colombiano e vietnamita, permanece um grande desafio.
“O café também reduziu 10% [pontos percentuais], mas tem concorrente que reduziu 20% [pontos percentuais]. Então esse é o empenho que tem que ser feito agora para melhorar a competitividade”, disse Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Siga acompanhando como o cenário econômico internacional está moldando o caminho do Brasil e das suas principais indústrias de exportação, enquanto novas negociações podem mudar o jogo.
Com informações da Agência Brasil