Você já se imaginou em meio a uma quadra histórica, ao som de pagode, testemunhando uma verdadeiramente inovadora no NBB, o Novo Basquete Brasil? Este cenário fascinante é justamente onde o Fortaleza Basquete Cearense está prestes a enfrentar o Flamengo, no emblemático Ginásio do Maracanãzinho. Com energia no ar, a lição que emerge é a de adaptação e descoberta, tanto dos jogadores quanto de sua dedicada técnica, Jelena Todorovic, de 32 anos, que encara seu novo papel com entusiasmo e uma sensibilidade inédita.
Jelena, vinda da Sérvia e primeiramente apresentada ao clube em julho, traz a certeza de que dançar forró já se tornou um talento, enquanto o samba ainda requer prática. "Posso afirmar com confiança que danço forró muito bem. Mas ainda estou aprendendo a sambar. Toco piano e canto, adoro a música brasileira. Não sei o que é melhor no Brasil, a música ou a comida", confidencia, com carisma, à Agência Brasil. Esta revelação cedo nos faz perceber a riqueza cultural que acompanha suas novas experiências.
O que trouxe Jelena Todorovic para liderar o Fortaleza Basquete Cearense?
Estar à frente de um time masculino profissional no Brasil não é um feito comum para uma mulher. Jelena Todorovic quebra barreiras no NBB, sendo um ícone de representatividade desde 2009. "Certamente isso significa muito. Mas eu me vejo, antes de tudo, como uma técnica. Toda pessoa deve conseguir um emprego baseado nas suas capacidades e se ela merece o cargo", afirma Todorovic, sustentando que seu foco está na competência ao invés do gênero.
Qual é a filosofia de jogo de Jelena?
Experiência adquirida na Europa reflete-se em sua filosofia no comando do Fortaleza Basquete. "Para mim, o time que vence é aquele que joga melhor coletivamente, não o melhor no papel", declara. Em suas palavras e ações, busca integrar a criatividade e vigor dos atletas brasileiros com meticulosos detalhes que formam sua base europeia.
Como ela ultrapassa as barreiras linguísticas e culturais?
Com barreiras linguísticas à sua frente, Todorovic não se intimida. "Atletas brasileiros, seja do futebol, vôlei ou basquete, sempre tiveram muita criatividade. Eles também são muito físicos", observa. Com ajuda de seus jogadores, ela não só vence a dificuldade de comunicação, como enriquece o aprendizado mútuo e a dinâmica de equipe.
Qual é o impacto da sua trajetória pessoal na carreira?
Surpreendentemente, é a sua própria história que inspira seu trabalho. "Quando estou na quadra eu uso um blazer e dentro dele tem um broche com uma foto minha de quando eu era pequena, devia ter uns quatro anos. Eu uso aquilo para lembrar a mim mesmo que quando eu tinha essa idade eu já queria ser treinadora. E aquela menininha nunca deixou ninguém dizer não para ela", diz com convicção.
A bem-sucedida aplicação de sua filosofia está evidente nas vitórias contra equipes tradicionais como Vasco e Botafogo. Mesmo com a derrota para o Flamengo, Todorovic permanece positiva. Com tanta inspiração e uma carreira ainda longa pela frente, certamente ela moldará sua identidade como uma técnica de destaque no cenário esportivo nacional.
Com informações da Agência Brasil
