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Mundo

Parlamento do Irã aprova suspensão da cooperação com Agência Atômica

Em um movimento que promete reverberar em todo o cenário político internacional, o Parlamento iraniano decidiu interromper a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Essa ação representa uma reação direta às acusações de que a agê

25/06/2025

25/06/2025

Em um movimento que promete reverberar em todo o cenário político internacional, o Parlamento iraniano decidiu interromper a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Essa ação representa uma reação direta às acusações de que a agência estaria agindo em colisão com Israel e os Estados Unidos. A decisão vem depois de uma série de troca de hostilidades envolvendo Israel, EUA e Irã, ampliando ainda mais a crise no Oriente Médio.

O presidente da Assembleia iraniana, Mohammad Bagher Ghalibaf, deixou claro em suas redes sociais: a entrada de inspetores e toda forma de cooperação estão suspensas até que tenham garantias de segurança nas instalações e entre os cientistas nucleares do país. Mas o que isso realmente significa para o cenário geopolítico global e quais são as implicações para a região?

O que está por trás da suspensão da cooperação com a AIEA?

A decisão do Parlamento iraniano surge como uma resposta contundente às pressões internacionais. O porta-voz do Comitê de Segurança Nacional e Política Exterior do Irã, Ebrahim Rezai, enfatizou que qualquer retomada nas negociações dependeria de um total respeito à soberania e integridade do Irã. Esta postura é reforçada pela insistência de que o país tenha assegurado seus direitos nucleares inerentes, especialmente o de enriquecimento de urânio, tal como estipulado no Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.

Rezai acrescenta que a possibilidade de processar o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, seria avaliada, caso não sejam respeitados os direitos do Irã.

Quais são as implicações para o Oriente Médio?

O descontentamento do Irã com o que percebe como uma postura politicamente motivada da AIEA pode ter consequências drásticas. A recente troca de hostilidades trouxe à tona antigas tensões, com o Irã acusando as potências ocidentais de favorecer Israel em detrimento de Teerã. Historicamente, o Irã sustenta que suas ambições nucleares são pacíficas, mas a pressão contínua de Israel e dos EUA, que alegam um avanço iraniano para a construção de armas nucleares, coloca o país em uma situação de constante tensão.

É importante notar que, embora o professor de Geopolítica Ronaldo Carmona defenda que a postura dos EUA e de Israel pressiona o Irã na direção de armamento nuclear, o país ainda não oficializou sua saída do TNP.

Como a comunidade internacional pode reagir?

O cenário parece indicar uma escalada de tensões, onde o suposto desdém pelas obrigações do TNP pelo Irã é contrabalanceado pelas políticas agressivas de Israel e EUA. As ações destes últimos, em particular, têm sido alvo de crítica por não promoverem um progressivo desarmamento nuclear, contrariando as premissas originais do TNP. O descontentamento não se limita ao Irã, pois outros países, como o Brasil, que firmaram o tratado esperando um desarmamento gradual das potências, podem começar a reavaliar suas posições no cenário nuclear global.

Qual é a posição atual dos Estados Unidos e Israel?

A versão oficial tanto dos EUA quanto de Israel é que o Irã está perigosamente próximo de desenvolver uma arma nuclear. No entanto, essa narrativa está em confronto com múltiplos relatórios de inteligência, incluindo um de março que sugeria que o Irã não estava buscando ativamente armas nucleares. As ações de ambos os países, atacando instalações nucleares iranianas e acossando diplomaticamente o país, parecem desenvolver um quadro de inevitabilidade em direção a um conflito mais direto.

Com décadas de história nuclear clandestina, Israel mantém secretamente um arsenal nuclear considerável, enquanto nega veementemente ao Irã qualquer capacidade semelhante, transformando este conflito em um jogo de xadrez geopolítico complexo, onde cada movimento pode ter consequências significativas e duradouras.



Com informações da Agência Brasil

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