Inteligência Artificial: novo agente de conflitos globais?
Israel e os Estados Unidos (EUA) contestam o Irã, alegando enriquecimento de urânio suficiente para uma bomba atômica, ponto de partida para um conflito alarmante. Curiosamente, essa justificativa de ataque tem como base relatórios confeccionados por Inteligência Artificial (IA). Essa tecnologia se tornou peça central na construção das alegações contra o Irã e levanta questões sobre sua influência nas decisões de guerra.
O uso da Inteligência Artificial neste contexto foi destacado pelo major-general português Agostinho Costa. Ele alertou que esta pode ser a "primeira guerra iniciada pela IA". Esse fato traz à tona os riscos envolvidos no uso de tais tecnologias em questões de segurança global.
Como a IA influenciou a decisão de atacar o Irã?
A IA, por meio do programa Mosaic, tornou-se o alicerce das alegações contra o Irã. Contratado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Mosaic processa uma vasta quantidade de dados para prever tendências futurísticas. Essa ferramenta, desenvolvida para a guerra contra o terrorismo no Afeganistão, agora é protagonista nas deliberações sobre o Irã.
Conforme o major-general Costa, o Conselho da AIEA – notadamente influenciado por potências ocidentais como EUA, Alemanha, França e Reino Unido – adotou o relatório IA como fato, apesar de sua base ser predominantemente inferencial, não evidencial. Para Costa, "é um abuso do uso de um programa de inteligência artificial," destacando o perigo que tal tecnologia pode representar.
Qual foi o impacto do relatório da AIEA sobre o Irã?
No dia 6 de junho, o Conselho da AIEA endossou um relatório alegando que o Irã não estava cumprindo com as inspeções nucleares necessárias. O ataque israelense a Teerã ocorreu pouco depois, em 12 de junho. Em resposta, o Irã acusou a AIEA de "agir politicamente", suspendendo sua cooperação com a agência.
Apesar de não haver provas concretas de que o Irã estava produzindo armas nucleares, segundo a AIEA, as suspeitas permearam as tensões crescentes. Costa interpretou que a acusação de tentativa de fabricação de bomba atômica pelo Irã serviu de pretexto para as ações de EUA e Israel.
Quem está por trás do programa Mosaic?
Desenvolvido pela Palantir Technologies, uma empresa americana liderada pelo bilionário Peter Thiel, o Mosaic foi contratado pela AIEA em um acordo de 41 milhões de euros. Segundo a agência nuclear, a expansão dos projetos de supervisão justificou a aquisição sem aumento no orçamento.
Peter Thiel, associado a movimentos pró-Trump, é um influente magnata do Vale do Silício, também vinculado ao vice-presidente dos EUA, JD Vance. Apesar das gêneses restritivas contra o Irã, a Palantir conseguiu avançar sua agenda influente no cerne das políticas nucleares globais.
A escalada nuclear iraniana é real?
O major-general Costa, e outros especialistas, não identificam indícios objetivos de busca iraniana por armamentos atômicos. Eles defendem que o programa nuclear iraniano é "civil e pacífico". Destaque-se que enquanto um enriquecimento de 90% é necessário para armas nucleares, o Irã alcançou apenas 60%.”
A tensão aumentou desde que, em 2021, Israel lançou ciberataques nas centrais nucleares iranianas, o que, segundo Costa, inflacionou a resposta do Irã com o aumento de enriquecimento de urânio, mas ainda distante da fabricação de arma de destruição em massa.
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A disputa é realmente nuclear?
O Irã sustenta que seu programa nuclear é pacífico. Mesmo em diálogo com os EUA, as disputas persistem. Este conflito apenas reflete um novo panorama onde Inteligência Artificial e interesses geopolíticos colidem, envolvendo todos nós em um campo de tensões além da compreensão.
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Com informações da Agência Brasil