Você sabia que um conflito no Oriente Médio quase se tornou uma mudança de regime? Estados Unidos e Israel, numa ação ousada, esperavam uma transformação rápida no Irã. No entanto, enfrentaram resistência feroz, culminando em um acordo de cessar-fogo – também desejado por Teerã. Mas por que a expectativa dos norte-americanos e israelenses não se concretizou? Acompanhe este artigo para entender as nuances desse embate geopolítico.
O major-general português Agostinho Costa, especialista em segurança e geopolítica, nos dá uma visão exclusiva sobre como a tentativa de "mudança de regime" se desenrolou e por que acabou sendo considerada uma derrota para esses gigantes militares.
O que realmente aconteceu com a tentativa de mudança de regime?

De acordo com Costa, a operação de Israel e Estados Unidos, chamada "Leão em Ascensão", foi planejada desde 2024. Com apoio na figura do grupo de oposição iraniano MEK, buscavam provocar um colapso do governo iraniano. Cientistas e comandantes militares estavam na mira, mas a resistência surpreendeu. Israel e EUA subestimaram ou superestimaram as capacidades iranianas?
Como o Irã superou o ataque coordenado?
“Convencidos de que poderiam anular rapidamente o regime iraniano, Israel e EUA viram o Irã restabelecer sua defesa aérea em oito horas, frustrando a estratégia de controle aéreo e bombardeio sistemático”, revela Agostinho.
Esta rápida recuperação quebrou o plano de dominar as defesas estratégicas do Irã, transformando um ataque coordenado em um inesperado e oneroso impasse militar.
Qual foi o papel das retaliações do Irã?
O Irã contra-atacou fortemente no dia seguinte com mísseis balísticos, ampliando o conflito para uma guerra de desgaste. O impacto em infraestruturas estratégicas israelenses, como Haifa e Tel-Aviv, quase criou um blackout comunicacional.
O bombardeio dos EUA mudou o curso da guerra?

Mídias ocidentais podem ter mostrado o bombardeio dos EUA como uma estratégia decisiva. Ainda assim, Costa destaca que foi uma manobra de propaganda para finalizar o conflito alegando a neutralização do programa nuclear do Irã.
Quem realmente venceu o conflito?
Apesar de alegações de vitórias de ambos os lados, o objetivo principal – a mudança de regime no Irã – não foi alcançado. A operação não destruiu o programa nuclear nem mísseis balísticos, apenas os retardou.
Quais são os impactos geoestratégicos e econômicos?
Além do enfrentamento direto entre os Estados Unidos e Israel contra o Irã, o conflito ampliou as disputas entre os blocos geoestratégicos. Parece que o Oriente Médio viu uma transformação na balança de poder regional, desafiando a hegemonia de Israel e, indiretamente, dos Estados Unidos. Algo a pensar sob o prisma das megatendências geopolíticas atuais.
Com informações da Agência Brasil