Com a 80ª Assembleia Geral da ONU marcada para iniciar em poucos dias, uma questão crucial ainda está em aberto: a liberação dos vistos para parte da delegação brasileira que viajará para Nova York. A expectativa é alta, especialmente considerando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já confirmou sua presença para discursar no evento, reforçando a tradição do Brasil de abrir as assembleias anuais.
O intrigante impasse acontece enquanto a data do evento, de 22 a 26 de setembro, se aproxima rapidamente. O ministro Marcelo Marotta Viegas, do Departamento de Organismos Internacionais do Itamaraty, afirmou que há indicações de que os vistos estão em processamento, mas sem garantia de quando estarão disponíveis. Essa espera gera ansiedade não só para a delegação brasileira, mas também para outras que enfrentam situações semelhantes devido a políticas recentes dos EUA.
O que está por trás do impasse dos vistos?
Recentemente, um memorando obtido pela Associated Press sugeriu que há intenções do governo dos Estados Unidos de limitar a concessão de vistos para delegações de países como Brasil, Irã, Sudão e Zimbábue. Isso tem ocorrido no contexto de críticas ao governo Trump, especialmente em relação à decisão do STF de condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Como os EUA lidam com suas obrigações internacionais?
O Brasil e outros países alertaram para a necessidade de os EUA cumprirem o compromisso de não limitar os vistos para participantes da Assembleia Geral da ONU. Esses acordos são essenciais, pois até durante a Guerra Fria foram respeitados, proporcionando um terreno neutro para discussões globais importantes.
"Qualquer medida que não se conforme com o que está estabelecido no acordo [entre ONU e EUA] é uma violação legal, o que não quer dizer que ela não ocorra," pontuou Viegas, enfatizando a expectativa de que os EUA cumpram suas obrigações legais.
A questão palestina e seu impacto na Assembleia
A questão dos vistos também envolve a Autoridade Palestina. Em agosto, os EUA revogaram os vistos de autoridades palestinas, alegando associação com terrorismo. Essa decisão gerou debates acalorados na ONU, com países manifestando preocupações sobre a violação das obrigações do acordo de país sede.
No entanto, existe uma expectativa de que países europeus, como França e Reino Unido, aproveitem o evento para reconhecer oficialmente a Palestina como um Estado. Entre protestos e apoios, a questão palestina continua a ser um tema potencialmente divisório na assembleia.
Com as expectativas em alta e o relógio correndo, resta saber se os vistos serão liberados a tempo, garantindo a presença de delegações essenciais para discussões cruciais na ONU.
Com informações da Agência Brasil