"A cada hora que passa sem notícias, cresce o desespero da família, dos amigos e de todos que acompanham essa tragédia". Você já deve ter se deparado com situações em que o silêncio se torna insuportável e a falta de resposta só aumenta a angústia. Esse é o desabafo de Luiz Rodolfo Viveiros de Castro, cujo enteado, Miguel Viveiros de Castro, está entre os brasileiros na missão da Global Sumud Flotilha. Essa flotilha tentava romper o bloqueio israelense em Gaza, mas as incertezas sobre o destino do barco chamado Catalina intensificam a preocupação.
Na noite de quarta-feira, navios foram interceptados por Israel, mas o destino exato do barco de Miguel ainda não está claro. Os organizadores da flotilha confirmam que perderam contato com ele. Se você está se perguntando o que aconteceu, saiba que a incerteza é grande: "Presume-se que a embarcação tenha sido interceptada" é o que diz a nota dos organizadores.
O que realmente está acontecendo com o barco de Miguel?
Você deve estar se perguntando se há alguma informação concreta sobre o barco em que Miguel estava. No momento, a verdade é que não se sabe ao certo o que se passou após a interceptação. O rastreamento indica que o barco Mikeno, com João Aguiar a bordo, pode ter chegado às águas de Gaza, mas o contato foi perdido desde então.
Por que Israel precisa confirmar o paradeiro dos brasileiros?
Os organizadores da flotilha exigem transparência e informações precisas sobre os brasileiros, pressionando para que Israel revele a localização e o estado de cada um. Para eles, esse é um ponto crucial em meio a tanta incerteza.
"Exigimos que sejam confirmados, de forma nominal, os cidadãos brasileiros sequestrados pelas forças israelenses, e que seja imediatamente informado o paradeiro de João Aguiar, a bordo do barco Mikeno, e de Miguel de Castro, a bordo do Catalina".
Quais são as últimas notícias sobre os brasileiros capturados?
Até a manhã de quinta-feira, as notícias eram de que 12 membros da delegação brasileira tinham sido capturados, incluindo Mohamad El Kadri, cujas palavras de esperança e reconhecimento vêm à tona num momento de dificuldade: "Se tivéssemos 10 iguais a ti, estaríamos num mundo mais justo, mais igualitário e mais legal de se viver", disse Jihad El Kadri, filho de Mohamad, ao prestar homenagem ao pai nas redes sociais.
Imagem de Jihad El Kadri, filho de um dos capturados por Israel na Flotilla, Mohamad El Kadri - Foto: Jihad El Kadri/Instagram
Mesmo sabendo do paradeiro do pai, Jihad explica que se sentia angustiado e usou as redes para expressar seu desespero na tentativa de chamar a atenção das autoridades para a situação: "Foi a forma de pôr para fora tudo o que eu estava sentindo: o desespero. Para conseguir chegar até às autoridades, porque quero que meu pai volte com saúde. E para expor toda minha revolta, continuar essa luta pacífica que a gente tem há muitos anos."
No vídeo de protocolo de segurança gravado antes da partida da flotilha, Mohamad alerta: "Se vocês estão vendo esse vídeo, é porque eu fui sequestrado pelas forças sionistas de ocupação, em águas internacionais, o que é proibido".
Como o Brasil está respondendo a essa situação?
Representantes do Brasil, como Guida Calixto, vereadora de Campinas pelo PT, esperam que a ação do governo brasileiro seja rápida para garantir a liberdade dos ativistas. No entanto, em função do feriado em Israel, a assistência consular brasileira só retoma na sexta-feira, o que prolonga um pouco mais o pano de fundo de incerteza e ansiedade para as famílias e colegas dos sequestrados.
"Nossa preocupação é que o governo brasileiro interceda. Esperamos que eles sejam libertados o mais rápido possível", manifestou Guida.
Fica o registro dos brasileiros e seus papéis dentro da flotilha, um lembrete da complexidade logística e humana da operação:
- Thiago Ávila, no barco Alma;
- Bruno Gilga, Lisiane Proença, Magno Costa, vereadora Mariana Conti e Nicolas Calabrese (argentino com residência no Brasil), no Sirius;
- Ariadne Telles e Mansur Peixoto, no barco Adara;
- Gabriele Tolotti (presidente PSOL-RS) e Mohamad El Kadri, no The Spectre;
- Lucas Gusmão, no Yulara;
- Luizianne Lins, deputada federal, a bordo do Grand Blue.
Com informações da Agência Brasil
