O presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou nesta sexta-feira (24) uma importante estratégia para o Brasil: busca a adesão plena à Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) como parte de um esforço para estreitar laços políticos e explorar um vasto mercado de 680 milhões de habitantes. Esta aproximação pode impactar significativamente o cenário econômico brasileiro. Atualmente em viagem pela região, Lula segue em uma jornada de reuniões e compromissos que têm como objetivo expandir o comércio e atrair novos investimentos para o Brasil.
Em um encontro com o secretário-geral da Asean, Kao Kim Hourn, na capital da Indonésia, Jacarta, Lula destacou: “O Brasil trabalha para ser membro pleno da Asean. O Brasil vive um bom momento econômico e é preciso acreditar na nossa economia”. Segundo ele, a meta é aumentar a balança comercial e as reservas em dólares, além de incrementar investimentos tanto nacionais quanto internacionais.
Por que a Asean é importante para o Brasil?
Apenas em 2024, o comércio entre o Brasil e os países da Asean ultrapassou a marca de US$ 37 bilhões. Isso faz do bloco o quinto principal parceiro comercial do Brasil, perdendo apenas para China, União Europeia, Estados Unidos e Argentina. Seria impossível ignorar o potencial desse mercado em franco crescimento.
Fundada em 1967, a Asean atua na promoção de cooperação econômica, política, de segurança e sociocultural entre seus membros. Sua formação inicial contou com Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura e Tailândia, e hoje é composta também por Brunei, Laos, Mianmar, Vietnã, e Camboja, com a adesão futura do Timor Leste durante a próxima cúpula.
Como Lula planeja estreitar relações com a Asean?
Lula pretende ampliar projetos de cooperação que vêm aproximando o Brasil da Asean, principalmente na área de bioenergia. Olhando para o futuro, ele sinalizou que em 2026 planeja expandir essa cooperação para setores de saúde e educação. Ademais, durante o encontro, estendeu um convite ao presidente da Asean para que participasse da Cúpula de Líderes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser hospedada em Belém nos dias 6 e 7 de novembro, onde a associação terá um pavilhão exclusivo.
Lula promete continuar "fortalecendo o multilateralismo" para garantir um comércio mais livre, com menor protecionismo, reforçando a importância de parcerias econômicas diversificadas e colaborativas.
Qual é o próximo passo na visita de Lula à região?
Após Jacarta, Lula se dirige a Kuala Lumpur, Malásia, onde participará da cúpula da Asean e de um encontro de líderes do Leste Asiático. Esta será uma ocasião histórica, já que é a primeira vez que um chefe de Estado brasileiro participa deste evento. O presidente também terá um encontro com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, sugerindo uma interlocução direta sobre possíveis temas de interesse bilateral.
Crescimento das parcerias com a Indonésia
Em visita oficial ao presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, na quinta-feira, foi adotado um comunicado conjunto e firmado oito acordos em áreas como energia, agricultura e tecnologia. Além disso, acordos entre setores privados de ambos os países deram ênfase à transição energética.
No encerramento de um encontro empresarial que reuniu aproximadamente 400 participantes, Lula destacou que a balança comercial de US$ 6,3 bilhões entre Brasil e Indonésia ainda é modesta diante do potencial econômico de ambos os países, expressando o desejo de ver um novo entusiasmo para elos mais fortes.
Com informações da Agência Brasil