Você já parou para pensar na importância do anestesiologista no sucesso de cirurgias? No dia 16 de outubro, comemoramos o Dia do Anestesiologista, uma homenagem a esses profissionais que transformam as salas de cirurgia em espaços de segurança e tranquilidade para os pacientes. Essa data especial remete a um momento singular na história da medicina, quando em 1846, o dentista Thomas Green Morton fez a primeira anestesia geral bem-sucedida utilizando éter, marcando o início de uma nova era para os procedimentos cirúrgicos.
Hoje, o Brasil conta com cerca de 25 mil anestesiologistas, de acordo com a Demografia Médica 2023 da Associação Médica Brasileira (AMB). Esses profissionais são fundamentais desde a avaliação que precede a cirurgia até a recuperação do paciente, sempre atentos aos sinais vitais para assegurar um desfecho seguro e confortável. Mas afinal, qual é o papel do anestesiologista e quais são os mitos que rondam o uso da anestesia? Vamos explorar essas questões juntos a seguir, com insights do Dr. Moisés Neves, professor de anestesiologia da Afya Ribeirão Preto.
A anestesia é só uma injeção para tirar a dor?
Mito. Muito além de uma simples injeção, a anestesia é um procedimento médico complexo. Envolve uma série de técnicas cuidadosas dedicadas não apenas a eliminar a dor, mas também a controlar a consciência, o tônus muscular e as funções vitais do paciente. Durante toda a cirurgia, o anestesiologista está intencionalmente presente, monitorando e ajustando os parâmetros essenciais como frequência cardíaca e oxigenação para garantir bem-estar e segurança.
Posso não acordar depois da anestesia?
Verdade, mas raro. Graças ao avanço da medicina, esse risco hoje é extremamente baixo. Com anestesias modernas e seguras, o anestesiologista atua ajustando as doses e monitora todos os sinais vitais. Eventualmente, pode surgir uma sonolência prolongada, especialmente em pacientes idosos, mas nada fora do controle.
A anestesia pode me deixar acordado durante a cirurgia?
Depende. Na anestesia geral atual, os monitores de nível de consciência praticamente eliminam esse risco. Em anestesias regionais, o paciente pode estar acordado, mas sem sofrimento, o que não é um erro, mas sim uma estratégia planejada.

Crianças e idosos correm mais risco com anestesia?
Geralmente, sim. Esses grupos requerem um acompanhamento mais próximo devido a diferenças no metabolismo e reações fisiológicas. A avaliação pré-anestésica é crucial, assim como a preparação e monitorização, para garantir a segurança apropriada durante o procedimento.
Não posso comer antes da anestesia?
Verdade. O jejum antes de uma cirurgia com anestesia é vital para evitar complicações, como a aspiração de alimentos para os pulmões. O tempo preciso de jejum pode variar, mas é uma prática essencial para garantir a segurança durante o procedimento.
O anestesiologista só aplica a anestesia e vai embora?
Mito. O trabalho do anestesiologista é contínuo. Ele está encarregado de monitorar o paciente do início ao fim da cirurgia, garantindo a segurança e conforto necessário durante cada etapa do processo.
A anestesia demora para sair do corpo?
Depende. A duração dos efeitos da anestesia está ligada tanto ao tipo administrado quanto ao metabolismo individual do paciente. Em geral, anestesias locais têm efeitos mais duradouros pós-cirurgia para manter o conforto, enquanto anestesias gerais tendem a permitir um retorno rápido à consciência.
Por Beatriz Felicio