3 hábitos saudáveis para prevenir a obesidade em crianças

Obesidade infantil é um assunto que preocupa cada vez mais as famílias ao redor do mundo. Afinal, o excesso de gordura corporal acumulada nas crianças surge, principalmente, do balanço desigual entre a energia consumida e a energia gasta, provocando um aumento indesejado de peso. Diante de dados alarmantes, um relatório do Unicef destaca que mais de 391 milhões de crianças e adolescentes, entre 5 e 19 anos, estão acima do peso, sendo que quase metade desse número enfrenta a obesidade. Este é um marco triste na história: o excesso de peso entre os jovens supera a desnutrição ao redor do globo.

As consequências não se limitam apenas à aparência, mas se estendem para questões sérias de saúde. Os riscos são muitos: da hipertensão ao comprometimento da massa óssea. A médica pediatra Lilian Ferreira Shikasho faz um alerta importante: "Muitas crianças obesas podem se tornar adultos obesos, com todas as complicações metabólicas e cardiovasculares associadas". Além disso, é necessário olhar para a saúde mental dos pequenos, pois a obesidade também afeta comportamentos emocionais e a autoestima, podendo resultar em situações como depressão, ansiedade e até mesmo bullying.

Quais são os riscos da obesidade infantil à saúde?

Obesidade infantil causa preocupação além da estética, alerta a pediatra Lilian Ferreira Shikasho. O excesso de peso pode afetar o desenvolvimento físico e emocional das crianças, trazendo riscos de longo prazo. Entre eles estão:

• Hipertensão arterial;
• Dislipidemia (alterações de triglicerídeos e colesterol);
• Maior risco de diabetes;
• Comprometimento da massa óssea;
• Doenças pulmonares (como asma);
• Alterações hepáticas (doença gordurosa não alcoólica);
• Manchas na pele (como a Acantose nigricans, que indica hiperinsulinismo).

Como a obesidade impacta a saúde mental e física das crianças?

Além dos riscos físicos, a pediatra destaca que a obesidade infantil gera impactos psicológicos significativos. Crianças obesas muitas vezes enfrentam baixa autoestima, depressão, ansiedade e correm o risco de serem alvo de bullying na escola, o que agrava o bem-estar emocional. Fisicamente, isso pode resultar em dificuldades de movimento, dores articulares e até problemas com o sono, como ronco e apneia. É crucial que pais e responsáveis fiquem atentos a sinais como cansaço extremo em atividades cotidianas, mudanças de humor e insatisfação com o corpo.

Frutas, legumes e verduras devem estar sempre presentes nas refeições das crianças (Imagem: Rawpixel.com | Shutterstock).

Qual é a importância do cuidado com a alimentação infantil?

Segundo a nutricionista Janaiara Moreira Sebold Berbel, uma alimentação inadequada é um forte fator contribuinte para a obesidade nas crianças de hoje. A presença de alimentos ultraprocessados na dieta das crianças, ricos em açúcar, gorduras e sódio, mas pobres em nutrientes essenciais, tem aumentado. Eles oferecem "calorias vazias", prejudicando o crescimento saudável. Por outro lado, um consumo insuficiente de frutas, legumes, verduras e outros alimentos saudáveis deve ser revertido para proporcionar fibras, vitaminas e minerais que ajudam a prevenir doenças.

Como ajudar a prevenir a obesidade infantil através de bons hábitos?

A prevenção começa com o exemplo dos pais. "A criança aprende por imitação", destaca a nutricionista. Adotar uma alimentação equilibrada em casa torna mais provável que as crianças sigam práticas saudáveis. Além disso, há algumas dicas essenciais para estabelecer bons hábitos desde cedo:

1. Como envolver as crianças no processo da alimentação?

Levar as crianças ao supermercado para escolher frutas e legumes e envolvê-las no preparo das refeições pode aumentar a curiosidade e a disposição em provar novos alimentos.

2. Qual é a importância de horários regulares para refeições?

Mantenha rotinas de alimentação sem distrações tecnológicas. Isso ajuda a tornar as refeições momentos agradáveis. A família deve decidir o que, quando e onde a criança irá comer, respeitando seus sinais de fome e saciedade.

3. Por que estimular a atividade física e limitar o tempo de tela?

Atividades físicas diárias e tempo limitado para telas são fundamentais. Crianças deveriam se movimentar entre 30 e 60 minutos por dia, e o tempo de tela deve ser restrito a um máximo de duas horas. Além disso, o sono deve ser respeitado: pré-escolares precisam de 10 a 13 horas diárias, enquanto adolescentes de 8 a 10 horas.

O caminho para a saúde infantil perpassa por ajustes na perspectiva familiar e na rotina diária, com amor e cuidados redobrados, incentivando práticas que afastem os riscos da obesidade.

Por Marlise Groth