Imagine um inimigo invisível que se esconde nas garrafas de água, nos perfumes e até nas latas de alimentos. Esses são os disruptores endócrinos, substâncias químicas que, embora aparentemente inofensivas, podem causar um verdadeiro rebuliço em seu corpo ao desequilibrar o seu sistema hormonal. Mas como exatamente esses elementos agem e qual é o real perigo por trás deles? Vamos descobrir.
O endocrinologista Lucas Habib, que leciona na Faculdade Pitágoras, destaca que as interferências causadas por essas substâncias têm ganhado cada vez mais atenção. "Elas conseguem imitar ou bloquear nossas funções hormonais, atrapalhando a comunicação entre as nossas glândulas e os órgãos que deveriam ser impactados", explica Habib, colocando em foco um problema de saúde que poderia estar imperceptivelmente inserido em nosso dia a dia.
Quais os perigos reais dos disruptores endócrinos?
A exposição contínua a essas substâncias não é algo para ser subestimado. As consequências à saúde podem ser silenciosas, mas não menos preocupantes. Segundo Lucas Habib, "os disruptores estão associados a problemas sérios, como infertilidade, puberdade precoce, distúrbios na tireoide, obesidade e até o risco aumentado de cânceres como o de mama e próstata". Estudos internacionais continuam a reforçar a conexão entre a poluição química e os distúrbios hormonais, ressaltando a importância deste alerta.
Onde estão as substâncias químicas prejudiciais no dia a dia?
Você provavelmente já ouviu falar de nomes como bisfenol A (BPA), ftalatos, parabenos e policlorados (PCBs). Estes compostos estão, muitas vezes, mais perto de nós do que imaginamos, em produtos do dia a dia, como:
- Plásticos e embalagens alimentares;
- Cosméticos e produtos de higiene, como shampoos, cremes e maquiagens;
- Pesticidas e produtos de limpeza;
- Revestimentos internos de latas e papéis de recibo térmico.
Como reduzir o contato com disruptores endócrinos?
Embora seja difícil eliminá-los completamente do seu dia a dia, adotar algumas mudanças simples pode ajudar a minimizar os riscos. Evite aquecer alimentos em recipientes plásticos, opte por produtos com rótulo livre de BPA, prefira cosméticos sem parabenos e dê prioridade a alimentos frescos ao invés de industrializados. Esses passos, conforme orienta o Dr. Habib, "já fazem uma diferença significativa".
Por Camila Souza Crepaldi
Redação EdiCase