Com o final de ano chegando, é comum que muitos aumentem a ingestão de bebidas alcoólicas. No entanto, esse aumento pode vir acompanhado de um problema bastante sério: a interação perigosa entre o álcool e medicamentos. Segundo a Dra. Gisele Lopes Cavalcante, do curso de Farmácia da Faculdade Anhanguera Ribeirão Preto, a automedicação nessa época costuma trazer surpresas desagradáveis, como intoxicações graves e até internações. E quando falamos sobre misturar drogas com álcool, os riscos são ainda maiores.
Você já pensou que ao tomar um simples analgésico ou antigripal está sobrecarregando seu fígado, ainda mais quando combinado com bebidas alcoólicas? Essas substâncias precisam ser metabolizadas pelo organismo da mesma forma que o álcool, como explica a especialista. Imagine os efeitos: toxicidade aumentada, efeitos colaterais potencializados e a ineficácia do remédio. Complicado, não?
Quais são os perigos de misturar álcool e medicamentos?
Entre os principais riscos, a Dra. Gisele destaca o aumento da sonolência, quedas de pressão, alterações nos reflexos e irritação gástrica. Isso ocorre frequentemente com o uso de antigripais e anti-inflamatórios após consumir álcool. E tem mais: medicamentos como ibuprofeno e diclofenaco podem irritar seu estômago. Combiná-los com álcool pode levar a gastrite, vômitos, sangramentos e dores abdominais intensas.
E o paracetamol? Embora seja um dos mais usados para dores de cabeça e mal-estar nas festas, ele pode causar lesão hepática aguda em combinação com o álcool. Isso acarreta um grande risco, especialmente para quem costuma beber regularmente.
Como a automedicação pode mascarar problemas mais graves?
A automedicação pode esconder sintomas importantes, atrasando diagnósticos. Imagine tratar dor, náuseas ou febre achando que é só uma ressaca, mas na realidade é uma intoxicação alimentar ou infecção. Sem a devida orientação, além do corpo já estar lidando com álcool, adicionar medicamentos pode agravar um quadro que requer avaliação médica.
Para evitar contratempos, a Dra. Gisele sugere que se evite medicamentos durante ou logo após o consumo de álcool. Além disso, nunca misture diferentes tipos de analgésicos, mantenha-se hidratado e procure ajuda profissional em caso de dúvidas. Afinal, nenhuma dor ou mal-estar justifica o uso indiscriminado de remédios sem orientação.
Festas são momentos de celebração e exageros podem ser comuns, mas é importante manter a cautela para evitar problemas mais sérios. Como bem diz a Dra. Gisele: “Prevenção é o melhor caminho”.
Por Bianca Lodi Rieg
Redação EdiCase