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BRASIL

Passageiros do Rio enfrentam superlotação e insegurança no transporte

Imagine-se tendo que encarar um pesadelo diário apenas para ir e voltar do trabalho. Essa é a realidade de muitos cariocas que enfrentam o caos do transporte público no Rio de Janeiro. A superlotação crônica, a conservação precária e o medo constante de a

12/08/2025

12/08/2025

Imagine-se tendo que encarar um pesadelo diário apenas para ir e voltar do trabalho. Essa é a realidade de muitos cariocas que enfrentam o caos do transporte público no Rio de Janeiro. A superlotação crônica, a conservação precária e o medo constante de assaltos dificultam a vida de quem precisa utilizar trens, ônibus, barcas e metrô para se deslocar pela cidade, sobretudo nos horários de pico.

As dificuldades afetam trabalhadores, idosos e pessoas com deficiência, ameaçando sua qualidade de vida e mobilidade urbana. Para muitos, o trajeto para o trabalho é um desafio diário que não se limita a distâncias físicas, mas também inclui uma maratona emocional e física pelos meio de transporte superlotados.

Como é viver essa rotina no Rio de Janeiro?

Mônica Regina dos Santos, de 21 anos, enfrenta uma jornada cansativa e frustrante. Moradora de Realengo, na zona oeste do Rio, ela precisa percorrer diariamente 73 quilômetros até sua loja no centro, utilizando ônibus e metrô. Para ela, o tempo gasto muitas vezes implica em ser "espremida" no metrô e nunca conseguir um assento para descansar, como destaca em sua fala: "É muito lotado, sempre vem um espremido, é muito cheio".

"... pego o metrô, então ele sempre vem muito cheio. Tanto o ônibus para vir até ao metrô, como dentro do metrô mesmo até aqui na Carioca, ele vem sempre muito cheio. A volta é a mesma coisa, nunca vou sentada, sempre vou em pé."

Quais são os riscos enfrentados pelos passageiros diariamente?

Para Voldoney da Silva, de 61 anos, a superlotação é apenas uma parte do problema. Morando em Duque de Caxias, ele usa o trem para chegar ao centro onde trabalha e relata os desafios que enfrenta: "... é meio complicado para a gente, a gente chega em casa tá até muito cansado". A segurança também é uma preocupação constante, uma vez que ele já presenciou assaltos nas plataformas e trens.

"Às vezes, na própria estação eu já presenciei assalto. Quando o trem sai, eles puxam celulares."

Pessoas com necessidades especiais são respeitadas?

Roberta Rodrigues, uma artesã de 38 anos, é autista, tem insuficiência renal e utiliza um cordão de girassol para ser identificada como pessoa com deficiência. Mesmo assim, não é respeitada por outros passageiros, e situações constrangedoras são frequentes, como quando foi ironizada por uma senhora no metrô. Estas experiências destacam a falta de empatia e compreensão do público em geral.

"E de repente ela olhou para a moça do lado, fez um sinal com a mão como se eu fosse louca... E muitas vezes eu entro num ônibus cheio ou no próprio metrô e as pessoas não dão lugar."

Como o estresse afeta a saúde mental dos passageiros?

O estresse acumulado nas viagens tem consequências sérias. Pesquisa do Departamento de Psicologia Clínica da UERJ indica que a rotina estressante compromete o humor e a produtividade dos estudantes e trabalhadores, como explica Laura Quadros: "Afeta o humor, que acho que é uma coisa muito importante também."

"Então, ele já não chega com a mesma disposição pro seu trabalho, né? E nem sempre ele pode expressar isso. Então, ele vai acumulando esses sentimentos, né?"

Há momentos de respiro em meio ao caos?

Apesar do caos, alguns passageiros tentam aproveitar os raros momentos de tranquilidade durante as viagens. Agnes Vazei, estudante de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense, relata que usa a travessia de barca de Niterói para o Rio como um momento para relaxar e socializar, aliviando um pouco do estresse diário.

"... também é muito positivo, que é o momento que a gente tá aqui conversando e saindo um pouco da rotina, né?"

O que estão fazendo para melhorar a situação?

Esforços para mitigar esses problemas são realidade. A SuperVia afirma que seus 2 mil funcionários trabalham diariamente para melhorar as condições de transporte para 320 mil passageiros. Já o MetrôRio centraliza informações para decisões precisas em um Centro de Controle Operacional, enquanto o Rio Ônibus se compromete com esforços contínuos junto à Secretaria Municipal de Transportes para enfrentar os desafios operacionais.

*Com produção de Solimar Luz

*Matéria atualizada para acrescentar resposta do Rio Ônibus

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Com informações da Agência Brasil

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