Você sabia que o Brasil conseguiu reduzir significativamente o número de crianças e adolescentes no trabalho infantil em oito anos? De 2016 a 2024, houve uma queda de 21,4%, de 2,1 milhões para 1,65 milhão de jovens entre 5 e 17 anos. Mas, apesar disso, ainda há desafios a enfrentar.
No contexto social, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE também mostrou em uma edição especial que, em termos proporcionais, o percentual de jovens trabalhando reduziu de 5,2% para 4,3% no mesmo período. Vamos entender melhor essa realidade e o que isso significa?
Qual foi a tendência dos últimos anos?
Apesar da redução geral, houve aumento no trabalho infantil entre 2023 e 2024. A variação foi de 2,1%, segundo Gustavo Geaquinto Fontes, analista do IBGE. Mas não se assuste, ainda estamos em uma faixa considerada baixa, e a redução ao longo dos anos é um sinal positivo.
O que é considerado trabalho infantil?
O conceito de trabalho infantil, de acordo com a OIT, abrange atividades perigosas ou prejudiciais à saúde, desenvolvimento e educação das crianças. No Brasil, há restrições legais: é proibido até os 13 anos, permitido como aprendiz entre 14 e 15 anos, e com restrições aos 16 e 17 anos.
Qual a remuneração média dessas crianças e adolescentes?
A renda média mensal das crianças e adolescentes no trabalho infantil foi de R$ 845. Observou-se que quanto maior a carga horária, maior é essa remuneração, chegando a R$ 1.259 para aqueles que trabalham 40 horas ou mais por semana.
Em quais setores elas estão mais presentes?
A pesquisa revelou que o setor de comércio e reparação de veículos concentra 30,2% do trabalho infantil. Além disso, há presença significativa na agricultura (19,2%), alojamento e alimentação (11,6%), indústria (9,3%) e serviços domésticos (7,1%).
Como o trabalho infantil é distribuído por idade e raça?
Mais da metade do trabalho infantil acontece entre adolescentes de 16 a 17 anos. A população preta e parda enfrenta mais riscos: representam 66,6% dos trabalhadores infantis, mesmo sendo 59,7% da população jovem.
Existem desigualdades regionais?
Sim, o Sudeste é a única região com taxa de trabalho infantil abaixo da média nacional de 4,3%. As regiões Norte (6,2%) e Nordeste (5%) apresentam índices mais elevados.
Como estão as crianças nas atividades domésticas?
Além do trabalho infantil, mais da metade das crianças e adolescentes realiza tarefas domésticas. Em 2024, 54,1% dos jovens entre 5 e 17 anos se dedicaram a essas atividades, com predominância entre as meninas.
Com informações da Agência Brasil