Na próxima sexta-feira, uma onda de manifestações promete tomar conta das principais cidades do Brasil, organizada por centrais sindicais e movimentos sociais, como as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Eles se reunirão em frente à embaixada e consulados dos Estados Unidos. A razão? Uma medida que abala a soberania nacional: o tarifaço dos EUA, que teve sua entrada em vigor adiada para 6 de agosto, conforme decreto do presidente Donald Trump.
Sérgio Nobre, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), não mediu palavras em entrevista à Agência Brasil, classificando o tarifaço como uma "agressão à soberania". É uma medida que coloca o Brasil como alvo específico, apontou Nobre, enfatizando que não é apenas uma questão comercial, mas uma intervenção política grave.
Como o Brasil está reagindo ao tarifaço?
Para abandonar qualquer clima de passividade, Nobre sinaliza que o Brasil precisa reagir firmemente, longe de ceder a qualquer forma de chantagem dos EUA. "É como aquele valentão da escola que rouba o lanche dos menores. Se você não resistir, ele vai querer o lanche todo dia", alertou.
Em sua fala, Nobre reforça que o Brasil, além de possuir uma grande economia, deve buscar mercados alternativos. "Não podemos, de forma alguma, ceder", afirmou, instigando uma postura de resistência.
Quem o tarifaço ameaça primeiro?
Os primeiros setores a sentirem os danos do tarifaço, segundo Nobre, serão os de produção de madeira e ferro-gusa, já que a exportação desses produtos aos EUA é considerável. Contudo, ele destaca que o Brasil dispõe de meios para mitigar possíveis demissões.
Quais são os mecanismos de proteção ao emprego? Antecipação de férias, feriados coletivos e layoff - suspensão temporária de trabalho ou redução de horário/salário. "Antes de se falar em demissões, todas essas opções precisam ser esgotadas", ponderou Nobre.
O que está programado para as manifestações?
Além de defender a soberania nacional, as manifestações agendadas reivindicarão:
- Fim da escala 6x1;
- Isenção do imposto de renda até R$ 5 mil;
- Taxação dos super ricos;
- Redução da jornada de trabalho;
- Não ao PL da devastação;
- Contra a pejotização irrestrita;
- Fim do genocídio em Gaza.
Os atos terão locais e horários definidos. Em São Paulo, começam às 10h no Consulado dos EUA, enquanto outras capitais, como Salvador, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte, Manaus, Recife, e Florianópolis, terão suas próprias concentrações ao longo do dia.
Com informações da Agência Brasil