Neste sábado (2), a capital do Brasil, Brasília, se prepara para receber a IV Marcha das Mulheres Indígenas, um evento de grande significado para as representantes dos povos indígenas do país. Este é o maior encontro de mulheres indígenas no Brasil, realizado a cada dois anos, e promete, como sempre, trazer à tona questões fundamentais sobre o papel dessas mulheres na sociedade e na preservação do meio ambiente.
A programação está recheada de atividades até o dia 8 de agosto, incluindo mesas temáticas, atos públicos e a inédita 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas. A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, por meio de suas redes sociais, destacou a importância da marcha com o tema "Nosso corpo, nosso território: somos as guardiãs do planeta pela cura da Terra". Este evento ganha ainda mais relevância diante da aproximação da COP30, marcada para acontecer em novembro em Belém do Pará.
O que torna esse momento tão decisivo para as mulheres indígenas?
Neste momento crucial, os olhos voltam-se para o presidente Lula, que deve decidir até 8 de agosto sobre o controverso projeto de lei que promete alterar o licenciamento ambiental no Brasil. Este projeto, chamado de 'PL da devastação', pretende reduzir as exigências e poderá ter consequências profundas para os povos tradicionais, principalmente se deixar de lado órgãos como a Funai nos processos que impactam territórios não homologados. A marcha, portanto, também é um palco para demandas por direitos iguais em saúde, educação e oportunidades econômicas para as mulheres indígenas.
Por que a participação de mulheres indígenas urbanas é tão significativa?
Nesta edição, destaca-se a presença inédita de mulheres indígenas que vivem em cenários urbanos como em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Silvana Terena, da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade, destaca a importância dessa participação. "Levar a nossa voz, falar das nossas pautas, as nossas necessidades e as nossas representatividades. Essa é a importância desse grande ponto de liderança, as mulheres que representam o nosso Brasil. Nós somos a matriz cultural deste país", afirma Terena.
Desde a primeira marcha, realizada em 2019, que reuniu duas mil mulheres, até a edição de 2023, que contou com mais de seis mil participantes, a Marcha das Mulheres Indígenas continua a se firmar como um espaço essencial para a troca de experiências e o fortalecimento das reivindicações das mulheres indígenas em todo o Brasil. O crescimento em participação reflete não só a urgência das pautas debatidas, mas também o desejo por reconhecimento e pela manutenção dos direitos dos povos indígenas.
Com informações da Agência Brasil