Imagine um cenário onde o Brasil, conhecido por suas terras férteis, enfrenta o desafio de estar no Mapa da Fome da ONU. Esse foi um dos temas centrais discutidos na 2ª Reunião plenária do Consea, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que ocorreu nesta terça-feira, 5, em Brasília. O foco foi a ligação entre a agenda climática e a segurança alimentar, pautas que afetam diretamente a população mais vulnerável do país.
Segundo Márcio Macedo, ministro da Secretaria-Geral da Presidência, os problemas ambientais e sociais estão interligados, e soluções integradas são essenciais. Ele destacou a importância da reunião, marcada pela saída do Brasil do Mapa da Fome e pela discussão sobre a segurança alimentar na COP30, conferência que abordará temas ambientais no próximo ano.
Como o Brasil saiu do Mapa da Fome novamente?
Elisabetta Recine, à frente do Consea, atribui o feito às políticas públicas que, nas últimas duas décadas, focaram nas camadas mais vulneráveis. "Mostra que, mesmo em situações dramáticas, não esquecemos como fazer políticas públicas integradas, focadas nos principais problemas que o Brasil enfrenta", disse Recine. Essas ações visam principalmente a proteção da agricultura familiar, aumento do acesso e da renda.
No ano 2000, cerca de 10% da população brasileira sofria com a subnutrição. Uma virada ocorreu em 2014, quando o país deixou o Mapa da Fome ao registrar menos de 2,5% da população em insegurança alimentar grave. Contudo, a situação piorou em 2018, mas novas estratégias implementadas permitiram ao Brasil sair novamente do Mapa da Fome em julho deste ano, segundo a FAO, órgão da ONU especializado em Alimentação e Agricultura.
Qual é o papel do Consea na luta contra a fome?
O Consea, como braço de assessoramento da Presidência da República, desempenha um papel crucial na articulação das políticas de segurança alimentar e nutricional, integrando governo e sociedade civil. Voluntários empenhados contribuem para que ações sejam mais eficazes e direcionadas.
O que diz o presidente Lula sobre o combate à fome?
Lula, conhecido pela sua história de superação, reforça que combater a fome deve ser uma prioridade global. Em declaração emocionada durante a reunião, ele compartilhou sua experiência pessoal: "Cuidar do pobre de verdade é com o coração. A fome não dói visivelmente, mas vai corroendo por dentro", afirmou.
“Eu fico imaginando a falta de sensibilidade das pessoas que governam o mundo. [...] É muito fácil fazer discurso, mas cuidar do pobre de verdade, você não cuida com a consciência da cabeça.”
Para Lula, resolver desentendimentos comerciais com os EUA é menos complexo do que combater a miséria, destacando a importância de um compromisso genuíno e humanitário para enfrentar a fome.
Com informações da Agência Brasil