Imagine cinco mil mulheres indígenas se reunindo em Brasília de 4 a 6 de agosto. Essa será a 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, uma oportunidade única para debater sobre políticas públicas, direitos humanos e o futuro dos territórios indígenas em nosso país. Sob o tema "Mulheres Guardiãs do Planeta pela Cura da Terra", essas líderes discutirão como proteger e preservar suas terras e culturas.
Da conferência, espera-se a formulação de 50 propostas prioritárias, que servirão como base para um "Plano Nacional de Políticas para Mulheres Indígenas sob a perspectiva de Enfrentamento às Violências". A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, já anunciou que ao final do evento, uma portaria conjunta com o Ministério das Mulheres será assinada para criar um grupo de trabalho interministerial, que terá a responsabilidade de desenvolver esse plano.
Por que a demarcação de terras indígenas é tão urgente?
Durante a conferência, a demarcação das terras indígenas se destacou como uma das pautas mais urgentes. A ministra mostrou-se preocupada com a Lei do Marco Temporal, que pode atrasar ainda mais o reconhecimento legal desses territórios. Essa questão é central, pois afeta diretamente a segurança e a conservação das culturas e modos de vida tradicionais.
Além disso, a recente aprovação do PDL 717/2024, que interrompeu a homologação de terras indígenas em Santa Catarina, foi um passo atrás, segundo a ministra. "A gente quer avançar, mas precisamos garantir que o Congresso não aprove leis que impeçam esses avanços", afirmou.
Quais são os impactos das operações de desintrusão?
Por outro lado, há motivos para celebração. Em menos de três anos, o governo conseguiu homologar 13 territórios indígenas e realizar oito operações de desintrusão, removendo invasores de várias áreas, como Alto Rio Guamar e Yanomami. Sônia Guajajara destacou que essas ações contribuem significativamente para reduzir o desmatamento e permitir que os indígenas retomem seu modo de vida tradicional.
"Quando tiramos os invasores, como madeireiros e garimpeiros ilegais, o território começa a se regenerar rapidamente", destacou a ministra.
A importância da IV Marcha das Mulheres Indígenas
Não são só as políticas públicas que ganham evidência nesse contexto. A IV Marcha das Mulheres Indígenas, marcada para a manhã do dia 7 de agosto, também será um evento crucial. Organizada pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), a marcha vai caminhar do Eixo Cultural Ibero-Americano até o Congresso Nacional, promovendo uma reflexão sobre o tema "Nosso corpo, nosso território: somos as guardiãs do planeta pela cura da terra".
Essas mulheres não apenas lutam por seus direitos, mas são um símbolo potente da resistência e da preservação cultural. Enquanto caminham, também ecoam a voz da terra e suas demandas por respeito e reconhecimento diante da nação.
Para mais informações e atualizações, você pode seguir o canal da Agência Brasil no WhatsApp.
Com informações da Agência Brasil