Este ano, o Brasil terá a honra de sediar um evento de importância global: a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, conhecida como COP. Preparado para se tornar epicentro das discussões climáticas, o país abrigará líderes do mundo inteiro em Belém, capital do Pará, cercada pela majestosa floresta amazônica. Essa reunião tem um objetivo claro e urgente: buscar formas efetivas de implementar a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Desde 1992, o documento adotado por vários países busca estabilizar a concentração de gases de efeito estufa, e a cada ano, uma nova sede acolhe as COPs, que começaram em 1995, na Alemanha.
Com o Brasil como anfitrião, o evento promete ser um marco nas negociações internacionais sobre o clima, conduzido por André Lago, o presidente designado da COP30 e secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores. Mas por que, mesmo após três décadas, as mudanças climáticas ainda dominam a pauta mundial? Confira a seguir.
Por que a discussão sobre clima ainda é tão crucial?
"É um processo que vai exigindo constantes aperfeiçoamentos", explica o embaixador André Lago. A evolução da ciência e do pensamento econômico sobre o impacto das mudanças climáticas reforçam essa necessidade. A cada conferência, o processo é aperfeiçoado, criando-se legislações que orientam os países numa direção amparada pela ciência. Desde a ECO-92 no Rio, a responsabilidade histórica dos países e as necessidades emergentes são constantemente debatidas.
O que esperar da programação da COP30?
A COP30 será dividida entre dois espaços: a zona verde e a zona azul. A zona verde promoverá debates sobre o clima envolvendo a sociedade civil, instituições públicas e privadas, além de líderes globais. Este será o palco para a troca de ideias e a busca por soluções conjuntas.
Na zona azul, serão realizadas as negociações oficiais da Cúpula de Líderes e dos pavilhões nacionais. Essa área é reservada para delegações oficiais, chefes de Estado, observadores e imprensa credenciada, sendo crucial para definição dos rumos das políticas climáticas internacionais.
Qual é o papel da "Agenda de Ação"?
A partir de 2021, a "Agenda de Ação" tem integrado governos subnacionais, setores privados, sociedade civil e a academia. "Com base nessas discussões, vamos mostrar que já existem imensas respostas e soluções para vários dos desafios que temos que enfrentar", afirma André Lago, destacando o dinamismo que essa agenda trará para a conferência.
Como os movimentos sociais e ONGs contribuem para a COP?
Movimentos sociais e organizações não governamentais, como o Observatório do Clima, planejam participar ativamente, levando propostas e exigindo medidas assertivas. Stela Herschmann, especialista em política climática, considera que, embora tenhamos avanços nas COPs para conter as mudanças climáticas, o ritmo ainda é insuficiente para a urgência necessária.
A COP30 acontecerá de 10 a 21 de novembro em Belém. Antes disso, haverá a cúpula de chefes de Estado para sinalizar compromissos políticos e definir o tom das negociações futuras. Este será um momento decisivo na luta global contra a emergência climática, com discussões que prometem moldar o futuro do nosso planeta.
Com informações da Agência Brasil