Imagine a história de uma busca incansável por justiça que se estende ao longo de quase meio século. O caso de Francisco Tenório Cerqueira Júnior, um renomado pianista brasileiro, é um capítulo marcante dessa narrativa. Desaparecido após uma apresentação em Buenos Aires, em 1976, poucos dias antes do golpe militar argentino, seu paradeiro era um enigma que intrigava e mobilizava esforços internacionais.
Neste domingo (14), o governo brasileiro expressou sua gratidão aos esforços da Justiça argentina pela identificação de Tenório Júnior. Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores destacou a importância do feito, não só para os familiares e amigos, mas também para todos que valorizam a Memória, a Verdade e a Justiça.
O que aconteceu com Francisco Tenório Cerqueira Júnior?
Poucos dias antes de um dos momentos mais sombrios da história argentina, Francisco Tenório Cerqueira Júnior estava em Buenos Aires para uma apresentação especial ao lado de Vinícius de Moraes, Toquinho e outros renomados músicos brasileiros. Após o espetáculo, ao retornar ao hotel, o pianista desapareceu misteriosamente e nunca mais foi visto.
Como a Justiça argentina chegou à identificação do músico?
Em uma incansável busca por respostas, a Justiça argentina, em colaboração com a Procuradoria de Crimes contra a Humanidade, dedicou-se a investigar o caso. Este avanço só foi possível graças à atuação da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) e da Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF). No dia 13 de setembro, finalmente, as digitais do músico foram identificadas, confirmando a sua identidade. 
Qual foi o destino de Tenório Júnior?
De acordo com o EAAF, Francisco Tenório foi morto a tiros e enterrado em uma vala comum na periferia de Buenos Aires. Esse desfecho trágico não diminui, porém, o significado do trabalho árduo em prol da justiça. A descoberta foi um divisor de águas, trazendo fim ao mistério que cercou seu desaparecimento por tantos anos.
O comunicado do governo brasileiro ressalta a importância dessa identificação, não apenas para os familiares, mas para todas as sociedades que passaram por momentos de repressão militar. Este caso é um lembrete do direito inalienável à justiça e à verdade, valores que transcendem fronteiras e épocas.
Com informações da Agência Brasil