Imagine uma floresta do tamanho da França transformando-se em solo desmatado em apenas quatro décadas. Essa é a triste realidade da Amazônia hoje, que registra uma perda de 52 milhões de hectares de vegetação original. Esses números alarmantes foram revelados pelo relatório da Mapbiomas, divulgado recentemente.
Mergulhe neste panorama das transformações no uso do solo da maior floresta tropical do mundo de 1985 até os dias atuais. Você verá como atividades humanas, como pecuária, agricultura e mineração, estão redesenhando o mapa da Amazônia de forma acelerada e impiedosa.
Como o desmatamento atingiu essas proporções?
Os dados revelam que a Amazônia perdeu 13% de seu território nos últimos 40 anos, sendo que 15,3% do total foram ocupados por humanos. Só para ter uma ideia, as pastagens cresceram de 12,3 milhões de hectares em 1985 para impressionantes 56,1 milhões de hectares em 2024. A agricultura, por sua vez, aumentou sua área 44 vezes, passando de 180 mil hectares inicialmente para 7,9 milhões de hectares, com a soja sendo a principal cultura.
O que está em jogo se o desmatamento continuar?
Os pesquisadores estão em alerta máximo. Eles projetam que a floresta amazônica está perigosamente perto de atingir um ponto irreversível, em que não conseguirá mais se auto-sustentar. Este "ponto de não retorno" pode ser alcançado se a floresta perder entre 20% a 25% de sua vegetação nativa, um limiar assustadoramente próximo.
Quais são as alternativas para reverter esse cenário?
Há uma verdadeira corrida contra o tempo acontecendo. O Ministério do Meio Ambiente revelou que o governo está intensificando esforços, incluindo a criação da Comissão Interministerial de Prevenção e Controle do Desmatamento. Esta comissão tem a missão de coordenar ações entre 19 ministérios para reforçar a fiscalização e a preservação da Amazônia.
O Inpe está realizando monitoramentos em tempo real e já aponta uma possível redução de 45,7% nos casos de desmatamento entre 2023 e 2024. Além disso, o Fundo Amazônia voltou a desempenhar um papel crucial, com investimentos significativos para fortalecer a proteção e zerar o desmatamento ilegal até 2030.
Essas ações representam uma nova esperança para a Amazônia, mas o caminho é longo e exige compromisso contínuo de todos os setores da sociedade.
* Com reportagem de Madson Euler e informações da Agência Brasil.
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Com informações da Agência Brasil