Os números de acidentes de trânsito no Rio de Janeiro estão alarmantes. De janeiro a agosto de 2025, a cidade já registrou mais de 20 mil sinistros, superando o total acumulado nos anos inteiros de 2022 e 2021. Este crescimento impressionante foi apresentado pelo secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, durante um seminário promovido pelo Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), em alinhamento à Semana Nacional do Trânsito, cujo tema foi “Desacelere. Seu bem maior é a vida”.
No evento, Soranz revelou dados preocupantes: um aumento contínuo de sinistros nos últimos cinco anos. Mas, o que está por trás desses números e como isso impacta a saúde pública?
Por que o aumento dos acidentes de trânsito preocupa tanto?
A Secretaria Municipal de Saúde destaca que o crescimento da frota de veículos e o aumento dos incidentes com motocicletas são fatores fundamentais. Em 2021, o Rio registrou 5,8 mil quedas de moto, número que dobrou para 12,4 mil em 2024. As consequências disso são diretas: hospitalizações em setores de traumatologia e a sobrecarga dos serviços de emergência no município.
"Os acidentes de moto têm se multiplicado, causando uma sobrecarga nos serviços de urgência e emergência da cidade", afirmou Soranz.
Qual é o impacto dos sinistros de trânsito na saúde pública?
A violência no trânsito traz consequências mais graves do que muitas doenças conhecidas. A mortalidade causada por acidentes de trânsito, por exemplo, supera em dez vezes a causada pela dengue por cada 100 mil habitantes. Tal dado alarmante reforça a necessidade de ações planejadas para mitigar essa escalada de sinistros.
Como o plano municipal pretende reverter a tendência?
A fim de combater esses índices alarmantes, a Comissão Permanente de Segurança Viária, liderada pela Secretaria Municipal de Saúde, desenvolveu o Plano de Segurança Viária. A meta é uma redução de 50% nas mortes no trânsito até 2030. Porém, como fazer isso?
• Intervenções urbanas: até 2026, 60 cruzamentos críticos devem ser requalificados. • Fiscalização mais intensa: os pontos de controle de velocidade serão aumentados em 40% até 2027. • Educação continuada: campanhas permanentes em escolas municipais até 2028.
Quais são as expectativas para os motociclistas?
O plano tem um enfoque especial nos motociclistas, apontados como um grupo de risco significativo. A meta é reduzir em até 30% as hospitalizações relacionadas a motocicletas até 2030, através de ações intersetoriais que envolvem educação, fiscalização e melhorias em mobilidade urbana.
Em suma, apesar da árdua batalha, o compromisso de vários setores municipais em promover segurança viária demonstra que há esperança de um trânsito mais seguro e menos traumático no futuro próximo.
Com informações da Agência Brasil