O Ceará está se preparando para dar um importante passo na sua infraestrutura econômica. O governador do estado, Elmano de Freitas, anunciou a criação de um sistema de tratamento de água especialmente para os data centers, que são essenciais para a economia digital atual e consomem grandes quantidades de água. Este novo sistema usará água de reuso e será instalado no complexo do Porto do Pecém, na região metropolitana de Fortaleza, que está destinado a se tornar um novo polo industrial. Será que essa ação pode transformar o potencial tecnológico do Ceará?
Freitas não deixou de ressaltar a importância dessa parceria com o setor privado. "Estamos já em plena execução, em parceria com o setor privado, de construção de uma estação de tratamento que vamos oferecer para indústria que está no Porto do Pecém. Utilizaremos água de reuso do esgoto", afirmou. Esse projeto pode ser a resposta para a preocupação constante com a água, especialmente em um estado que historicamente sofre com secas severas.
Por que o Ceará é atraente para data centers?
A escolha do Ceará para a instalação de data centers levanta dúvidas, principalmente devido ao alto consumo de água necessário para resfriamento dos equipamentos. Mas, de acordo com Freitas, "o datacenter que está sendo negociado para o estado do Ceará tem inovações tecnológicas. O consumo de água não é grande". A adoção de sistemas fechados e inovações torna essa operação menos intensiva em recursos hídricos.
Qual o papel da energia na viabilidade dos data centers no Ceará?
Além da água, a energia elétrica é um ponto crítico. Felizmente, o Brasil tem uma matriz elétrica renovável, fazendo dele um lugar atrativo para data centers. Em 2024, 189 data centers operando no Brasil consumiram 1,7% de toda a energia gerada no país. Mas a perspectiva é de crescimento, já que a Brasscom prevê que o consumo pode subir para 3,6% até 2029. Essa capacidade energética pode ser um diferencial para tornar o Ceará um novo eixo de produção tecnológica.
Como o Redata pode impulsionar o setor?
Recentemente, uma medida provisória do presidente Lula criou o Redata, que institui um regime especial de tributação para os serviços de data center no Brasil. Com a isenção de impostos como IPI, PIS e Cofins para a compra de equipamentos, espera-se um impulso significativo ao setor, com uma renúncia fiscal projetada de R$ 7,5 bilhões em três anos. Segundo Geraldo Alckmin, "traz soberania digital, incremento à produtividade, isso fortalece a inteligência artificial." Essa política fiscal pode ser decisiva para a atração de investimentos e a viabilidade de novos projetos no estado.
O Ceará está pronto para se tornar um centro de tecnologia?
Geraldo Alckmin também destaca que "o Ceará tem cabos, energia abundante e renovável, ou seja, vem ao encontro de uma vocação do estado." Com infraestrutura tecnológica emergente e um plano econômico favorável, as expectativas são otimistas para que o Ceará se firme como um polo tecnológico nos próximos anos. Resta acompanhar como essas promessas serão efetivamente concretizadas e qual será o impacto na economia local e nacional.
Com informações da Agência Brasil