Em uma ofensiva crucial contra o garimpo ilegal na região amazônica, o Ministério Público Federal (MPF) lançou um bloqueio na venda de mercúrio nas redes sociais do Amazonas. Este elemento químico, usado em processos de mineração clandestina, está sob restrição graças ao projeto Rede Sem Mercúrio, uma iniciativa de 2024 que visa desmantelar essa cadeia pelo viés digital. Mas como exatamente essa estratégia está se desenrolando, e qual o impacto disso na conservação ambiental?
Vamos começar com alguns números alarmantes: dados do projeto MapBiomas revelam que, em 2022, cerca de 263 mil hectares do Brasil estavam tomados por garimpos, com 92% dessa atividade concentrada na Amazônia. O mais preocupante é que 77% dessas áreas são próximas a corpos d'água, como oceanos, mares, lagos e rios, o que aumenta o risco de contaminação hídrica. Desde o início do projeto, milhares de anúncios ilegais foram removidos de plataformas como Mercado Livre, OLX, Facebook e Google Brasil.
Qual a estratégia do MPF para conter o uso de mercúrio na mineração ilegal?
Para frear essa prática destrutiva, o MPF firmou termos de ajustamento de conduta com as plataformas digitais, impondo a remoção e o bloqueio de novos anúncios que ofereçam mercúrio. Essas empresas precisam revisar suas políticas para evitar a publicação de conteúdos relacionados à venda dessa substância. O 2º Ofício Sócioambiental da Amazônia Ocidental identificou que o mercúrio flui para os garimpos ilegais principalmente por contrabando, vindo principalmente da China.
Quais são os efeitos do mercúrio no meio ambiente e na saúde humana?
O mercúrio é altamente tóxico e já foi detectado em água, solo e peixes. Isso causa grave preocupação, pois afeta diretamente a saúde de comunidades indígenas e ribeirinhas na Amazônia. Frente a essa situação, além das ações extrajudiciais, o MPF já instaurou procedimentos criminais para investigar e punir os responsáveis.
Este episódio revela uma faceta do combate ao garimpo ilegal onde a atuação rápida e coordenada de autoridades ambientais associada ao envolvimento das grandes plataformas digitais se mostra essencial para proteger nosso patrimônio natural e as populações que dele dependem. Como cidadão, acompanhar e apoiar essas ações pode fazer toda a diferença.
Com informações da Agência Brasil