Você já se perguntou como o sistema elétrico brasileiro garante que não fiquemos no escuro, mesmo diante de imprevistos como o de terça-feira (14)? Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, esses eventos são apenas "pontuais e momentâneos" e estão ligados a problemas técnicos na infraestrutura do sistema, sem relação com a capacidade de geração. Mas como o Brasil se mantém protegido contra apagões? A resposta está na interligação do sistema e nas lições do passado.
No início dos anos 2000, o país enfrentou uma crise elétrica devido à dependência das hidrelétricas e à falta de chuvas, o que levou a um racionamento de energia. Hoje, o contexto é diferente, graças a um sistema interligado e medidas preventivas. Silveira, em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, explicou à Agência Brasil por que o Brasil está melhor preparado. Será que estamos realmente livres do perigo dos apagões?
O que mudou no sistema elétrico brasileiro?
Nos anos 2000, o Brasil dependia fortemente das hidrelétricas e enfrentou problemas de geração causados por crises hídricas. O sistema, na época, não estava interligado, o que impedia a redistribuição de energia entre regiões. Com a expansão da rede e a conexão entre diferentes áreas, essa situação mudou. Agora, a energia de regiões com reservatórios cheios pode ser direcionada para outras que enfrentam seca, mantendo o país abastecido.
Silveira destacou que em 2021, o país passou por uma situação similar, mas essa se deveu à "falta de planejamento". A lição aprendida foi a importância de usar usinas térmicas para complementar a geração hidrelétrica em tempos de baixa.
Por que o termo "apagão" não descreve nossa realidade atual?
O ministro faz questão de lembrar que a expressão "apagão" é uma generalização incorreta dos eventos recentes. "Apagão" tecnicamente se refere à falta de capacidade de geração. O corte de energia recente, que durou em média 1h30min, foi fruto de uma falha técnica, não de escassez de geração. "Esses termos se popularizam, muitas vezes, por motivações políticas", pontua Silveira.
Para o ministro, e sob a ótica da Agência Brasil, a interrupção foi uma questão pontual e já restabelecida dentro da normalidade.
Como o ONS lida com situações de emergência?
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que, à 0h32 desta terça-feira, uma ocorrência no Sistema Interligado Nacional (SIN) levou à interrupção de carga em quatro subsistemas: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Tudo começou com um incêndio na Subestação de Bateias, no Paraná, que causou a abertura de interligações regionais.
Segundo o ONS, a subestação atingida era crucial para a segurança energética. Quando uma perda significativa como essa ocorre, medidas automáticas são acionadas para controlar o consumo e evitar um apagão total. Complicado? Talvez. Mas esse curto episódio reforça nossa resiliência elétrica e a capacidade de adaptação do sistema nacional.
O que o futuro reserva para a energia no Brasil?
Com o sistema interligado e a crescente aposta em usinas térmicas, o Brasil vê sua segurança energética otimizada. As falhas ainda podem ocorrer, mas a confiança está na dinamicidade e adaptabilidade do sistema. "Hoje, o Brasil não corre nenhum risco energético", afirmou Silveira à Agência Brasil. Com isso, o País reforça sua posição de estar pronto para enfrentar os desafios energéticos do presente e do futuro.
Com informações da Agência Brasil